Trump se manifesta após condenação de Bolsonaro pelo STF: 'É muito surpreendente'

Mais cedo, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou por 4 votos a 1 o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição violenta, dano qualificado e deterioração do patrimônio público.
Horas após a decisão do Supremo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi questionado sobre a situação ao deixar a Casa Branca nesta quinta-feira (11). Para o republicano, Bolsonaro sofre a mesma perseguição judicial que ele sofreu antes de retornar à Casa Branca.
"Eu achei que ele foi um bom presidente do Brasil. E é muito surpreendente que isso possa acontecer. Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Mas só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem", disse em declaração repercutida pelo portal G1.
Entre as principais justificativas de Trump para impor a tarifa de 50% sobre a importação da maioria dos produtos brasileiros a partir de agosto deste ano, estava a situação do ex-presidente.
Uso de poder militar
No primeiro dia de julgamento do ex-presidente, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump "não tem medo" de usar o poder militar para proteger a liberdade de expressão no mundo. O jornalista trumpista Michael Shellenberger, autor da pergunta, questionou se o governo dos Estados Unidos poderia aplicar novas sanções ao Brasil em caso de uma condenação, o que se concretizou após três sessões.
"Eu não tenho nenhuma ação adicional para antecipar para vocês hoje, mas posso dizer que isso é uma prioridade para a administração e o presidente não tem medo de usar o poder econômico, o poder militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo", disse.
Leavitt continuou a fala dizendo que o presidente Trump foi "censurado" — ao perder acesso às redes sociais após a invasão do Capitólio, em 2021 — e que a liberdade de expressão é "sem dúvida, a questão mais importante do nosso tempo".
"Tomamos medidas significativas em relação ao Brasil na forma de sanções e também aproveitando o uso de tarifas para garantir que países ao redor do mundo não estejam punindo seus cidadãos [com censura]", acrescentou.