RELAÇÕES COMERCIAIS

Ex-ministro das Finanças da Rússia cita países que podem ser mais afetados por tarifas dos EUA

Por Sputinik Brasil Publicado em 12/09/2025 às 03:03
© Foto / Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

As tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos criam uma enorme incerteza nas cadeias de produção globais e devem afetar especialmente Canadá, México, Índia e as nações do Sudeste Asiático, afirmou em entrevista à Sputnik o ex-ministro das Finanças da Rússia e economista Mikhail Zadornov.

O presidente dos EUA, Donald Trump, endureceu a política comercial após retornar à Casa Branca: introduziu tarifas sobre importações do México e do Canadá, aumentou as aplicadas à China e depois anunciou alíquotas sobre aço, alumínio e automóveis.

O ponto culminante foi o anúncio, em 2 de abril, da aplicação de uma tarifa básica de 10% sobre importações, além de tarifas "recíprocas" elevadas para determinados países. Porém, já na semana seguinte, esse aumento foi colocado em pausa, e os EUA iniciaram negociações comerciais com vários parceiros.

"Índia, assim como Canadá e México, embora muitos de seus produtos estejam isentos das tarifas dos EUA. Para parte dos países do Sudeste Asiático, como o Vietnã, as condições de comércio com os EUA também estão se deteriorando de forma significativa, o que afeta suas perspectivas de crescimento econômico", comentou Zadornov ao ser questionado sobre quais países podem sofrer mais com a política tarifária norte-americana.

O economista explicou que a guerra tarifária cria grande incerteza global nas cadeias de produção e nos investimentos, já que os apelos de Trump para que empresas invistam em produção dentro do território norte-americano – de semicondutores a automóveis – ainda permanecem apenas como declarações.

"Muitos dizem que estão prontos para investir, mas, na prática, esses investimentos levam anos. Agora, cadeias produtivas e logísticas já estabelecidas estão sendo rompidas. Isso leva a um enfraquecimento do comércio internacional e, em geral, da economia mundial", acrescentou Zadornov.