No grande desfile militar da China este mês, comemorando o fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, Pequim exibiu sua linha de mísseis hipersônicos antinavio que, segundo a revista Foreign Policy, pode ser um aviso implícito aos EUA que em um possível conflito Washington pode ver seus porta-aviões afundados.

Destaca-se que a China não é o único adversário dos EUA que investe em armas. A Rússia também fez avanços no campo de mísseis hipersônicos, cujas altas velocidades e manobrabilidade os tornam a arma ideal para destruir alvos importantes.

Enquanto isso, as armas hipersônicas dos EUA estão ficando para trás, embora especialistas tenham relatado sobre "progressos".

"Enquanto estávamos ocupados em antiterrorismo, a China trabalhou seriamente nisso. Eles têm vantagem, mas nós estamos nos recuperando", disse à revista Tom Karako, especialista em defesa antimísseis do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês) em Washington.

A mídia observa que as armas hipersônicas viajam a mais de cinco vezes a velocidade do som, uma característica que tem grandes vantagens militares, mas também apresenta problemas de projeto difíceis relacionados com o calor gerado.

A China exibiu uma série de armas hipersônicas, incluindo projetos que Pequim provavelmente usaria para afundar navios de guerra dos EUA em um conflito: os mísseis antinavio YJ-17, YJ-19 e YJ-20. A Rússia possui vários mísseis hipersônicos nas suas Forças Armadas: Tsirkon, Kinzhal e o sistema de veículos hipersônicos Avangard capaz de alcançar velocidade de Mach 28, que é aproximadamente 7,5 quilômetros por segundo.

Por sua vez, os EUA, ao contrário da China e Rússia, não implantaram ainda armas hipersônicas. O programa do Exército americano tem sofrido vários atrasos, embora os militares digam que agora estão no caminho certo para implantar a arma.