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Moscou alerta para 'consequências extremamente negativas' caso UE confisque ativos russos

Publicado em 12/09/2025 às 12:57
© Foto / Serviço de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia

A possível apropriação dos ativos russos congelados pelo bloco europeu teria efeitos devastadores para a economia mundial, afirmou nesta sexta-feira (12) a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

A apropriação dos ativos russos não passaria despercebida e acarretaria consequências graves, crê a diplomata.

"É evidente que, no caso de a União Europeia avançar para o roubo dos ativos russos, as consequências para todo o sistema financeiro global serão extremamente negativas. Isso não passará impune para aqueles que participarem de tal crime", declarou Zakharova durante coletiva de imprensa.

Segundo ela, em Bruxelas há consciência sobre os riscos, já que o chanceler belga Maxime Prévot, "em seu pronunciamento, basicamente sugere dividir a responsabilidade pela possível apropriação com outros cúmplices do bloco".

Na semana passada, em entrevista ao Financial Times, Prévot admitiu que a Bélgica poderia aceitar medidas mais arriscadas em relação aos ativos russos, desde que os custos legais e os riscos fossem compartilhados entre todos os países da União Europeia.

Desde o início da operação militar russa na Ucrânia, em 2022, o G7 e a UE congelaram cerca de € 300 bilhões (R$ 1,9 trilhão) em reservas da Rússia, dos quais mais de € 200 bilhões (R$ 1,27 trilhão) estão em território europeu, principalmente na Euroclear, uma das maiores empresas de liquidação e custódia de títulos escriturais. De acordo com dados da Comissão Europeia, citados pelo jornal Welt am Sonntag, somente entre janeiro e julho de 2025, Bruxelas já transferiu € 10,1 bilhões (R$ 63,47 bilhões) para a Ucrânia a partir dos rendimentos desses ativos congelados.

Moscou, em resposta, adotou restrições próprias: ativos de investidores de países considerados hostis e seus rendimentos passaram a ser retidos em contas especiais do tipo "C", só podendo ser liberados mediante decisão de uma comissão governamental.

O chanceler russo Sergei Lavrov já havia advertido que a Rússia reagirá caso o Ocidente decida confiscar os valores congelados. "A Rússia também tem meios de não devolver os fundos que países ocidentais mantêm em nosso território", disse.

Autoridades russas reforçam que o país suporta a pressão das sanções, que, segundo Moscou, fracassaram em seus objetivos. O presidente Vladimir Putin declarou anteriormente que a política de contenção contra a Rússia é de longo prazo e que as medidas punitivas "atingiram duramente toda a economia global", tendo como meta principal "piorar a vida de milhões de pessoas".


Por Sputinik Brasil