Organizações fazem ato em São Paulo contra ações dos EUA e em apoio à Venezuela (VÍDEOS)

Organizações políticas e sindicais realizam neste sábado (13), em São Paulo (SP), ato em defesa da Venezuela e contra ações atribuídas aos Estados Unidos.
A manifestação ocorreu na Academia Paulista de Letras e foi convocada pelos Comitês de Luta, com apoio do Partido da Causa Operária (PCO), do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e de sindicatos de várias regiões.
O protesto ocorre em resposta ao recente bombardeio de uma embarcação venezuelana no Caribe, ataque atribuído aos EUA que deixou 11 mortos.
Antônio Carlos Silva, professor e coordenador nacional dos Comitês de Luta, afirmou que a iniciativa busca denunciar o risco de uma agressão militar ao país caribenho.
"O ato estamos chamando principalmente nesse momento em apoio à Venezuela, que é ameaçada pelos Estados Unidos com a presença de forças navais que preparam uma agressão contra o país vizinho, mas ao mesmo tempo se solidarizar com todos os povos que nesse momento enfrentam e resistem diante do imperialismo, como é o caso do povo da Palestina enfrentando o sionismo, o caso da Rússia, que leva adiante uma guerra libertadora contra a Ucrânia e várias outras regiões. É o chamado a criar uma frente de luta anti-imperialista no sentido de mobilizar contra essas agressões."
Para Silva, a gravidade da situação exige unidade entre diferentes setores sociais e políticos. "Nós entendemos que a situação coloca a necessidade dos movimentos de luta dos trabalhadores, daqueles que defendem direitos democráticos dos povos em todo o mundo, se unificarem e chamarem uma mobilização contra a tentativa em geral, as agressões que o imperialismo desencadeia", afirmou.
Ele continuou: "Não só contra a Venezuela, contra a Rússia, contra o povo palestino, contra o Irã. E por isso o nosso chamado, esse ato tem um caráter internacionalista, anti-imperialista, de reunir os setores democráticos com posicionamentos diferentes, mas que se somam nessa causa comum de luta contra a agressão imperialista."
Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, destacou a importância da mobilização como um marco político no Brasil.
"Consideramos que era necessário que houvesse um protesto, alguma mobilização diante da agressão imperialista contra a Venezuela. Nós consideramos que qualquer ação do imperialismo contra qualquer país do continente tem que ser respondida. Então, apesar das dificuldades, nós decidimos convocar esse ato para marcar uma posição. A nossa ideia é fazer uma campanha política ampla em torno do problema, principalmente se as coisas se agravarem, e a situação é bastante delicada."
Segundo Pimenta, a pressão norte-americana contra Caracas faz parte de um quadro global de instabilidade.
"A Venezuela vem sendo assediada pelo imperialismo há bastante tempo. Houve tentativa de golpe de Estado, mais de uma tentativa de golpe de Estado, tentativa de assassinato do presidente da Venezuela, que são da maior gravidade possível, ao mesmo tempo que o imperialismo se manifesta de maneira agressiva em vários lugares. Nós temos a questão da Rússia, nós temos a questão do Irã, Iêmen, Gaza, Líbano, nós temos todos esses problemas. Há uma série de ameaças contra a China, contra a Coreia do Norte. Então não é possível não fazer nada, ficar quieto, ou simplesmente fazer um comentário na Internet. Isso não é suficiente."
O ato acontece em meio à escalada das tensões entre Washington e Caracas. Após o ataque à embarcação venezuelana, os Estados Unidos reforçaram sua presença militar no Caribe, enviando aviões stealth F-35 para Porto Rico, enquanto a Venezuela anunciou mobilização de tropas e milícias civis em resposta.
Neste sábado, o governo da Venezuela denunciou que um navio de guerra dos Estados Unidos supostamente atacou uma embarcação pesqueira em águas caribenhas na última sexta-feira (12). Segundo o ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, o barco Carmen Rosa, com nove pescadores de atum a bordo, navegava a cerca de 48 milhas náuticas da Ilha de La Blanquilla, dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) venezuelana, quando foi interceptado pelo destróier USS Jason Dunham (DDG-109).
A chancelaria classificou a ação como "ilegal e hostil", denunciando que a embarcação norte-americana, equipada com mísseis de cruzeiro e tropas altamente treinadas, colocou em risco a segurança dos trabalhadores venezuelanos.
Por Sputinik Brasil