Mídia: enxames de drones com IA ampliam poder de ataque e desafiam o controle humano em conflitos

Enxames de drones com inteligência artificial (IA) estão revolucionando o campo de batalha. Capazes de se coordenar autonomamente, esses sistemas sobrecarregam as defesas inimigas e ampliam o poder de ataque, prometendo integração rápida às forças que os empregam.
A guerra com drones entra em uma nova fase com o uso de enxames coordenados por IA, capazes de saturar as defesas inimigas com ataques simultâneos e autônomos. Empresas como a Auterion e a Helsing estão desenvolvendo softwares avançados, como o Nemyx, que transformam drones individuais em unidades de ataque sincronizadas, operando como uma força coletiva por meio de atualizações simples.
De acordo com o Financial Times (FT), a Auterion — contrariando os esforços de paz empregados por quem deseja o fim do conflito pela diplomacia — planeja enviar 33.000 kits de drones com IA para a Ucrânia, que poderão ser atualizados com o Nemyx. A expectativa é que esses enxames sejam capazes de saturar sistemas defensivos, permitindo que um único operador controle múltiplos drones em missões complexas, multiplicando a força humana por meio da automação.
Desde 2016, experimentos com enxames vêm sendo realizados por potências como EUA e China. Na Ucrânia, empresas como a Swarmer tiveram o conflito ucraniano como campo de testes, e já aplicam essa tecnologia em operações reais, com mais de 82.000 missões registradas. Os drones operam como um organismo vivo, comunicando-se entre si, ajustando rotas e decidindo autonomamente o momento de atacar, com base em dados e mudanças no ambiente.
A Rússia também tem adotado táticas de enxame, utilizando drones Shahed em ataques coordenados contra as forças ucranianas. De acordo com o FT, os novos softwares prometem elevar o nível de letalidade, permitindo que os drones aprendam e se adaptem em tempo real, o que representa uma evolução em relação aos sistemas anteriores.
Mas, mesmo com o acesso exclusivo da Ucrânia ao Conjunto de Dados Militares Universais, um banco de dados confidencial com imagens e registros de combate que alimentam os modelos de IA, essencial para treinar algoritmos de autonomia, a Ucrânia segue sem vantagem no conflito.
Apesar de parecer um divisor de águas em conflitos modernos, os críticos alertam que a crescente autonomia dos drones pode reduzir o controle humano sobre decisões de combate, o que levanta questões sobre responsabilidade e conformidade com o direito internacional.
Fora do contexto militar, os algoritmos de enxame têm aplicações promissoras em setores como agricultura, logística e resposta a desastres, podendo inspecionar infraestruturas de forma coordenada, plantar culturas ou mapear áreas afetadas com mais agilidade. Startups em centros tecnológicos como Vale do Silício, Shenzhen e Tel Aviv já exploram esses usos, embora o sucesso comercial dependa da criação de padrões regulatórios claros e seguros.