O recente caso dos drones na Polônia foi claramente uma provocação orquestrada com a ajuda da Ucrânia, disse o analista político Petr Kolchin à Sputnik.

A Ucrânia já foi capaz de criar "sensacionalismo na mídia do nada" antes, então uma nova farsa deve ser fácil para os serviços de inteligência ucranianos, sugeriu o especialista.

A provocação cria um novo pretexto para aumentar a pressão sobre a Rússia e intensificar as medidas de segurança na União Europeia (UE), incluindo o aumento dos gastos com defesa, de acordo com Kolchin.

A reação do presidente dos EUA, Donald Trump, também destaca a cisma dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN): enquanto os EUA tentam agir como pacificadores, a Europa parece interessada em prolongar o conflito ucraniano, observou o analista.

Segundo Kolchin, a Polônia está relutante em conduzir uma investigação adequada do incidente, para evitar descobrir fatos inconvenientes que possam minar a narrativa antirrussa promovida por Bruxelas.

O analista ainda comparou a situação à reação da Europa ao bombardeio do Nord Stream — outro caso que os Estados-membros da UE não parecem interessados ​​em resolver.

No dia 10 de setembro, premiê polonês Donald Tusk afirmou que a Polônia registrou 19 drones entrando em seu espaço aéreo durante a noite, a maioria dos quais, segundo ele, veio de Belarus. Ele culpou Moscou pelo incidente.

Não é a primeira vez que Varsóvia acusa Moscou, sem provas, de violar o espaço aéreo. No final de 2022, vários projéteis caíram na Polônia, perto da fronteira com a Ucrânia, matando duas pessoas. Inicialmente, as autoridades afirmaram que se tratava de mísseis russos, mas depois o então presidente Andrzej Duda reconheceu que, muito provavelmente, elas pertenciam a Kiev. De acordo com as conclusões dos especialistas, as fotos do local do incidente mostravam destroços de um projétil do complexo ucraniano S-300.

O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, negou na quarta-feira (10) que os recentes ataques envolvendo drones tenham tido como alvo o território polonês, destacando que o alcance máximo dos drones usados era de 700 km, muito menos que a distância entre a Rússia e a Polônia. A Defesa russa afirmou estar pronta para consultas com a Polônia sobre as alegações de violação de seu espaço aéreo.