POLÍTICA

Condenação de Bolsonaro impulsiona Tarcísio e redesenha cenário político para 2026, diz mídia

Por Sputinik Brasil Publicado em 15/09/2025 às 07:13
© Foto / Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A condenação de Bolsonaro fortalece a candidatura de Tarcísio à Presidência em 2026 e acende alertas no governo Lula sobre interferência internacional, especialmente dos EUA sob Trump. O Partido dos Trabalhadores (PT) já ajusta estratégias para São Paulo e busca conter avanços da anistia no Congresso.

A condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é vista por aliados de Luiz Inácio Lula da Silva como um divisor de águas que abre caminho para a candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026. O governador de São Paulo tem se movimentado politicamente, articulando com lideranças e defendendo pautas como a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe, o que reforça sua projeção nacional.

Integrantes do governo federal avaliam que Tarcísio segue um roteiro alinhado com Bolsonaro, buscando apoio do ex-presidente e do centrão para viabilizar sua candidatura. A aproximação entre os dois foi intensificada após visitas e conversas recentes, e o centrão passou a defender abertamente o nome de Tarcísio como sucessor da direita.

De acordo com a Folha de S.Paulo, Lula tem mencionado em reuniões que Tarcísio será o candidato do centrão, destacando a mudança de postura do governador, que antes buscava parcerias com o governo federal. A expectativa é que ele se afaste de atos conjuntos com o presidente e adote um discurso mais nacionalizado, o que levou o PT a rever sua estratégia de comunicação.

Como resposta, o PT lançou uma campanha televisiva crítica a Tarcísio em São Paulo, enquanto no restante do país a propaganda exalta o governo Lula. A disputa presidencial já começa a influenciar os planos para a eleição estadual, com o partido buscando montar uma chapa forte para o governo paulista e o Senado.

Ainda segundo a apuração, entre os nomes cotados estão Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Simone Tebet, com Alckmin sendo visto como possível candidato ao governo estadual caso Tarcísio não concorra. Haddad, embora mencionado, tem negado interesse na vaga, enquanto Tebet é lembrada para o Senado.

A condenação de Bolsonaro também impacta as alianças políticas do PT. O partido avalia que dificilmente manterá o apoio de siglas do centrão e busca atrair lideranças desses partidos para evitar uma adesão formal à candidatura adversária. A articulação será decisiva para a sustentação da campanha de Lula.

No Congresso, cresce a pressão pela aprovação da anistia, o que preocupa o governo. A Folha lembra que a orientação do Planalto é barrar a proposta antes que chegue ao plenário, onde há risco de aprovação. Paralelamente, o governo tenta avançar com medidas sociais que fortaleçam a reeleição de Lula.

Ainda existe, contudo, temor de que a condenação de Bolsonaro leve o governo de Donald Trump a intensificar sanções contra o Brasil, incluindo sobretaxas e possíveis interferências na eleição de 2026. Aliados de Lula defendem o fortalecimento das relações internacionais e a proteção de pautas como a regulação das big techs, diante da oposição do governo republicano.