Reconhecer as ações de Israel como genocídio não afetará a situação em Gaza, avalia especialista

A recente decisão da comissão internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) de reconhecer as ações de Israel na Faixa de Gaza como genocídio reforça a crescente isolação internacional do país, mas não deve trazer consequências práticas imediatas, avalia o arabista e professor Andrei Zeltyn, em entrevista à Sputnik.
Essa decisão não pode levar a nada, acha o especialista.
"Já que a Assembleia Geral da ONU não possui instrumentos para executar suas resoluções, elas têm um caráter mais declarativo e psicológico", explicou Zeltyn.
Apesar disso, o especialista destacou que o impacto político é significativo.
"É preciso entender que Israel está cada vez mais mergulhando em uma profunda isolação internacional, e isso não é bom para o país", afirmou.
Segundo Zeltyn, diante da falta de mecanismos efetivos da ONU, a principal esperança de Tel Aviv continua sendo o apoio dos Estados Unidos.
O professor também observou que relatórios da ONU sofrem forte influência de pressões externas:
"Sem dúvida, isso é um sinal, um símbolo, e também porque diversas comissões da ONU estão sob enorme influência da mídia de diversos tipos. É claro que o relatório da comissão está sob enorme influência do que os membros da comissão consideram pressão internacional", concluiu.
Na terça-feira (16), a comissão da ONU responsável por investigar os acontecimentos nos territórios palestinos ocupados publicou um relatório classificando as ações de Israel em Gaza como genocídio.