Banco Central mantém taxa de juros em 15% ao ano mesmo com melhora da inflação

Em reunião nesta quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano pela segunda vez consecutiva. A medida foi tomada dias após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrar a primeira deflação do ano, com queda no IPCA em 0,11%.
Apesar do novo panorama com reduções das expectativas sobre a inflação para 2025, o Banco Central sinalizou que deve manter o atual patamar da Selic por um período maior.
"O Comitê permanecerá vigilante, avaliando se manter a taxa de juros no nível atual por um período muito prolongado será suficiente para garantir a convergência da inflação para a meta", afirmou em comunicado.
Outro ponto que influenciou a decisão é a manutenção da instabilidade no ambiente internacional.
"O ambiente externo se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos. Consequentemente, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes", acrescentou.
Deflação de 0,11% em agosto
Anteriormente, o IBGE mostrou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, registrou queda de 0,11% em agosto. O resultado é a primeira deflação em um ano, algo já apontado há algumas semanas com o resultado da prévia da inflação, o IPCA-15.Com isso, o IPCA do último mês ficou 0,37 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,26% observada em julho, mas ainda veio um pouco acima das projeções do mercado, que esperava recuo de 0,15%.
Conforme o IBGE, o resultado foi puxado pelo recuo de 4,21% no valor da conta de energia elétrica, além do grupo habitação, que registrou uma queda de 0,9% em agosto. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação é de 5,13%, acima do teto de 4,5% definido pelo Banco Central.
Por Sputinik Brasil