Brasil constrói primeiro laboratório de biossegurança máxima da América Latina em Campinas
Estrutura de nível 4 permitirá pesquisas com vírus de alto risco, desenvolvimento de medicamentos e resposta rápida a futuras pandemias

O Brasil iniciou a construção do primeiro laboratório de biossegurança máxima (NB4) da América Latina, batizado de Orion, localizado na cidade de Campinas (SP). A estrutura, voltada para o estudo de vírus altamente patogênicos e o desenvolvimento de fármacos, tem previsão de concluir sua parte civil em 2027.
O Orion será administrado pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e promete reunir capacidade científica inédita na região para enfrentar ameaças biológicas, investigar doenças emergentes e capacitar especialistas.
Segundo o diretor-geral do CNPEM, Antonio José Roque da Silva, a experiência da pandemia de COVID-19 evidenciou a urgência de estruturas de ponta capazes de reagir rapidamente a novas crises sanitárias.
“Ou você tem infraestrutura e capacidade pronta para proteger a sociedade, ou você não tem tempo, porque a pandemia avança muito rápido”, afirmou.
Especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil destacam que o novo centro permitirá antecipar epidemias, pandemias e até situações de bioterrorismo, posicionando o país em um novo patamar de pesquisa biomédica e segurança sanitária global.
Roque da Silva ressaltou ainda que há uma demanda internacional crescente por instalações desse tipo.
“Pós-pandemia, o mundo inteiro percebeu que precisa estar mais preparado e organizado para novas pandemias — e é consenso que algo assim voltará a acontecer. Quando, ninguém sabe, mas vai acontecer”, concluiu.