Após rompimento com a Globo, TV Gazeta enfrenta colapso financeiro e risco de falência
Emissora alagoana viu o faturamento despencar mais de 65% em um mês e recorre ao Supremo Tribunal Federal para tentar reverter decisão que encerrou parceria de cinco décadas com a Globo
A TV Gazeta de Alagoas vive o momento mais crítico de sua história. Após o rompimento com a Rede Globo, formalizado em setembro deste ano, a tradicional emissora do grupo Arnon de Mello enfrenta uma grave crise financeira que ameaça sua continuidade.
Documentos apresentados ao Supremo Tribunal Federal (STF) revelam que o faturamento mensal da emissora despencou de mais de R$ 5 milhões para apenas R$ 1,8 milhão em outubro — uma queda superior a 65%. Os números constam nas planilhas de controle financeiro anexadas a uma petição urgente protocolada pelo grupo no Supremo.
No pedido, a direção tenta reverter a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, que autorizou a Globo a encerrar a afiliação com a Gazeta. O rompimento ocorreu justamente na data em que a emissora alagoana completava 50 anos, transformando a celebração em um marco de crise.
Segundo o relatório encaminhado ao STF, a emissora passou de um orçamento superior a R$ 5,7 milhões mensais em receitas com publicidade e mídia nacional para uma arrecadação bruta de apenas R$ 1,839 milhão. As despesas fixas, incluindo folha de pagamento, encargos e contratos de serviços, somam cerca de R$ 3 milhões mensais — o que tornou impossível manter os compromissos trabalhistas e tributários.
Além da petição ao Supremo, a TV Gazeta ingressou com pedido de recuperação judicial, reconhecendo oficialmente a incapacidade de honrar suas dívidas no curto prazo. Fontes ligadas à direção afirmam que, antes do rompimento definitivo, chegou-se a cogitar uma migração para o sinal da Band, mas a empresa preferiu insistir na manutenção da parceria com a Globo — aposta que agora depende de uma decisão judicial.
Sem o apoio da rede nacional e com receitas em colapso, a Gazeta luta para manter o sinal no ar. O desfecho do caso, que está nas mãos do STF, deve definir o futuro de uma das emissoras mais tradicionais de Alagoas.