CULTURA

Renan Calheiros homenageia Graciliano Ramos e destaca importância do escritor para a identidade nordestina

Em discurso no Senado, senador alagoano exaltou os 133 anos de nascimento do autor de Vidas Secas e ressaltou seu papel na literatura e na política brasileira

Por Redação Publicado em 30/10/2025 às 08:37
Senador Renan Calheiros Arquivo

O senador Renan Calheiros (MDB–AL) prestou homenagem ao escritor Graciliano Ramos, que completaria 133 anos de nascimento em 27 de outubro. Em discurso no Plenário do Senado, nesta quarta-feira (29), o parlamentar destacou o legado literário e político do autor alagoano, definindo-o como “um engenheiro das palavras” e um dos maiores nomes do realismo e do modernismo brasileiro.

Nascido em Quebrangulo (AL), Graciliano exerceu cargos públicos e atuou no jornalismo antes de se consolidar como um dos maiores romancistas do país. Renan lembrou que, como prefeito de Palmeira dos Índios, o autor já demonstrava seu estilo conciso e crítico nos relatórios administrativos que se tornaram célebres pela ironia e precisão literária.

O senador destacou ainda obras marcantes como Caetés (1933) e Vidas Secas (1938), nas quais o escritor retratou com profundidade as injustiças sociais e a dura realidade do sertão nordestino. “Quem há de se esquecer do vaqueiro Fabiano e de Sinhá Vitória? E da cadela Baleia, cuja morte comove gerações?”, questionou Renan.

Em outro trecho do pronunciamento, o parlamentar mencionou Memórias do Cárcere (1953), livro em que Graciliano relata sua prisão durante a ditadura de Getúlio Vargas, sem acusação formal. “Graciliano foi vítima de tortura e das injustiças de um regime autoritário. Sua obra é uma denúncia da opressão e um testemunho da dignidade humana”, afirmou.

Para Renan Calheiros, o legado de Graciliano Ramos “supera seu próprio tempo” e permanece essencial para compreender o Brasil e a alma do povo nordestino. “Poucos nomes brilham com tanta intensidade e majestade. Sua obra já atravessou um século e continuará atravessando muitos outros, pela verdade e contemporaneidade que carrega”, concluiu o senador.