ECONOMIA

Copom inicia primeira etapa de reunião para análise de conjuntura

Diretores do Banco Central avaliam cenário econômico antes de decidir sobre manutenção da Selic em 15%.

Publicado em 09/12/2025 às 10:24
Copom inicia primeira etapa de reunião para análise de conjuntura

A primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) teve início às 10h09 desta terça-feira, 9, conforme informou o Banco Central. Nesta fase, o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e os oito diretores acompanham apresentações técnicas do corpo funcional sobre o desempenho da economia, que servirão de base para a decisão sobre a taxa Selic. O resultado será divulgado na quarta-feira, 10, a partir das 18h30.

De acordo com pesquisa Projeções Broadcast, o mercado está praticamente unânime quanto à manutenção da Selic em 15% nesta reunião — 35 de 36 instituições consultadas apostam nessa decisão. O levantamento também aponta que a maioria das casas (17 de 35) espera cortes a partir de março, enquanto 14 projetam reduções já em janeiro e três a partir de abril.

Para economistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), é provável que o Copom faça apenas ajustes marginais na comunicação desta quarta-feira, alinhando o discurso às declarações mais recentes de seus membros. Assim, deve reforçar uma postura dependente de dados e manter flexibilidade para as decisões futuras.

Até o início da última semana, predominava no mercado a percepção de que a orientação do Comitê para as próximas decisões estaria vinculada à manutenção dos juros em 15% por "período bastante prolongado". No entanto, essa leitura perdeu força após o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, esclarecer que a expressão não é "zerada" a cada reunião, indicando que não seria necessário modificar o recado para iniciar um ciclo de afrouxamento monetário.

Galípolo também afirmou que o Comitê ainda não tem uma sinalização definida sobre o próximo passo, pois segue analisando os dados disponíveis. "Acho que é isso que os dados permitem a gente transmitir hoje. Não estamos deixando de comunicar porque a gente quer, estamos deixando de comunicar porque estamos realmente olhando a cada 45 dias como é que as coisas estão se comportando, dado todo o nível de incerteza que o ambiente já tem e dado fatos novos que podem acontecer", explicou.

No intervalo entre as reuniões, a mediana do Focus para a inflação de 2025 recuou de 4,55% para abaixo do teto da meta de 4,50% pela primeira vez desde dezembro de 2024. No relatório publicado nesta segunda-feira, a projeção caiu pela quarta vez consecutiva, para 4,40%. Para 2026, a mediana diminuiu de 4,20% para 4,16%.

O IPCA-15 acelerou para 0,20% em novembro, ante 0,18% em outubro. Entretanto, a taxa acumulada em 12 meses desacelerou de 4,94% em outubro para 4,50%. Em relação à atividade econômica, o crescimento do PIB desacelerou de 0,3% no segundo trimestre de 2025 (dado revisado, de 0,5%) para 0,1% no terceiro trimestre.

No mercado de trabalho, o Brasil registrou criação de 85.147 novos empregos formais em outubro, segundo dados do Caged. O saldo representa uma queda de 35,3% em relação ao mesmo mês de 2024. A cotação do dólar utilizada no cenário de referência do comitê passou de R$ 5,40 para R$ 5,35.