Presidente da Síria pede na ONU o fim das sanções internacionais
Al-Sharaa denunciou Assad e disse que país foi 'despedaçado'
Em uma participação histórica na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente da Síria, Ahmad al-Sharaa, se tornou o primeiro líder do país a discursar no plenário do evento desde 1967.
O líder islâmico, um dos responsáveis pela queda do regime de Bashar al-Assad após 24 anos de governo, mencionou que os sírios foram "despedaçados" por mais de uma década de guerra civil e pediu o "levantamento total das sanções para que não atrapalhem mais" a nação.
Al-Sharaa também descreveu as principais medidas tomadas para restaurar o país em menos de um ano, entre elas a adoção de novas leis e instituições, a eleição de representantes e o envolvimento de empresas internacionais.
"Por meio de intensa atividade diplomática, a Síria restaurou suas relações internacionais e estabeleceu parcerias regionais e globais que levaram ao levantamento gradual da maioria das sanções. Exigimos que elas sejam completamente levantadas, para que não sejam mais uma ferramenta para restringir e confiscar ainda mais a liberdade do povo sírio", declarou.
O mandatário sírio acrescentou que Damasco está reconquistando seu lugar de direito entre as nações do mundo e acusou o regime de Assad de ter usado "todas as formas de tortura contra o povo". Al-Sharaa ainda enfatizou que a operação militar que derrubou o antigo líder foi "conduzida com misericórdia e priorizou a tolerância".
Por fim, Al-Sharaa enfatizou que a Síria não pretende responder com força às ameaças israelenses, mas insistiu que usará os canais diplomáticos e se comprometeu em respeitar o acordo de 1974, que efetivamente mantém as Colinas de Golã nas mãos de Tel Aviv.