CENSURA

Von der Leyen sobrevive a moções de censura por UE-Mercosul

Textos haviam sido protocolados por forças de direita e esquerda

Por Redação ANSA Publicado em 09/10/2025 às 10:16

A presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, sobreviveu nesta quinta-feira (9) a mais duas moções de censura no Parlamento do bloco, ambas motivadas também pelo acordo de livre comércio com o Mercosul.


    A primeira delas, apresentada pelo grupo de extrema direita Patriotas pela Europa, foi rechaçada com 378 votos contrários, 179 a favor e 37 abstenções.


    O texto denunciava a "incapacidade da presidente da Comissão Europeia de enfrentar os desafios mais urgentes, como o declínio econômico e social da União e a alarmante situação de segurança", e questionava a conclusão do acordo com o Mercosul, "ignorando a forte e repetida oposição dos agricultores e pecuaristas europeus".


    Já a segunda, protocolada pelo grupo parlamentar A Esquerda, foi derrotada com 383 votos contrários, 133 a favor e 78 abstenções.


    De acordo com a moção, o Executivo da UE atuou "sem mandato" para fechar um acordo tarifário com os Estados Unidos "lesivo para os interesses europeus" e "criou um déficit democrático" ao proceder para a ratificação do pacto com o Mercosul sem os parlamentos nacionais.


    O acordo entre os dois blocos foi concluído em dezembro passado e enviado em setembro por Bruxelas aos Estados-membros.


    A expectativa é de que a assinatura ocorra ainda neste ano.


    "Esse acordo controverso arrisca expor os agricultores e trabalhadores europeus à concorrência desleal e comprometer os objetivos climáticos da União", afirma o texto, que ainda acusa Von der Leyen de "falta de respeito ao direito internacional" por não ter sancionado Israel devido à guerra na Faixa de Gaza.


    "Aprecio profundamente o forte apoio recebido hoje.

A Comissão continuará trabalhando em estreito contato com o Parlamento Europeu para enfrentar os desafios da Europa", afirmou a mandatária.


    Von der Leyen já havia escapado de uma moção de censura em julho passado, por placar semelhante, que dizia respeito a mensagens trocadas pela alemã com o CEO da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, para negociar a aquisição de vacinas durante a pandemia de Covid-19, que a Comissão Europeia se negou a divulgar.


    Para ser aprovada, uma moção de censura precisa de maioria qualificada de dois terços dos votantes no Parlamento da UE.