Número de mortos em incêndio em Hong Kong sobe para 65
Governo anunciou investigação e reforçou operações de resgate
O incêndio de grandes proporções que devastou sete das oito torres do complexo residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, em Hong Kong, já deixou 65 mortos, segundo o balanço mais recente divulgado pelos bombeiros durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (27)
As autoridades locais relataram ainda que quatro das vítimas morreram após serem levadas ao hospital. Mesmo após quase 20 horas do início das chamas, o incêndio — classificado como nível 5, um dos mais severos — segue parcialmente ativo.
O fogo começou às 14h51 (horário local) de quarta-feira (26) e consumiu rapidamente os edifícios de 31 andares, cercados por andaimes de bambu e cercas metálicas devido a obras de reforma, o que contribuiu para a propagação inesperada das chamas.
O comandante dos bombeiros afirmou que a equipe "não descarta a possibilidade de resgatar mais feridos", apesar das poucas chances de sobrevivência para muitos moradores presos nos andares superiores. As operações enfrentam temperaturas extremas, interiores estreitos e o risco de novos desabamentos de andaimes.
De acordo com o censo governamental de 2021, o complexo abriga cerca de 4,6 mil moradores distribuídos em 1.984 apartamentos, mas ainda não se sabe quantas pessoas estavam nos prédios no momento do incêndio.
A angústia se intensifica do lado de fora, onde familiares aguardam notícias de desaparecidos — que já chegam a 279, segundo estimativas preliminares.
O governador de Hong Kong, John Lee, afirmou que as chamas estão "sob controle graças aos esforços incansáveis dos bombeiros" e garantiu a mobilização de todos os recursos disponíveis para operações de resgate, apoio às famílias e investigação completa das causas do desastre.
Como resposta imediata, o governo ordenou inspeções em "complexos residenciais em grandes reformas" para avaliar a segurança de andaimes e materiais de construção.
A Comissão Independente de Combate à Corrupção (ICAC) anunciou a abertura de uma investigação criminal relacionada às obras no Wang Fuk Court. Três homens ligados à construtora responsável pela reforma foram presos sob suspeita de homicídio culposo.
As autoridades italianas também monitoram a situação. A Farnesina informou que não há italianos entre os mortos ou feridos no incêndio, até o momento. No entanto, o Consulado Geral da Itália em Hong Kong segue acompanhando a situação e oferecendo assistência aos cidadãos italianos na região.