A Câmara Municipal de Arapiraca encerrou suas atividades legislativas de 2024 em meio a críticas e questionamentos sobre a falta de transparência. Na última quinta-feira, dia 26, após um longo período sem sessões, os vereadores se reuniram para aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, mas sem fornecer à população informações detalhadas sobre o orçamento ou as dotações para cada setor.

A aprovação relâmpago ocorreu sem debates públicos ou explicações claras sobre a destinação dos recursos. Dados como o montante total do orçamento e as alocações específicas para áreas como saúde, educação e infraestrutura foram omitidos. Nem mesmo o orçamento destinado à própria Câmara foi divulgado, infringindo diretamente o princípio constitucional da transparência, que exige que os atos da administração pública sejam claros e acessíveis ao cidadão.

Além da LOA, a sessão incluiu a aprovação da doação de um terreno no bairro Zélia Barbosa para a construção de um novo campus da Fundação Jayme de Altavila (FEJAL). Embora esse projeto tenha sido celebrado como um avanço para a educação no município, a falta de informações detalhadas levanta suspeitas sobre a condução desses processos.

Sob a presidência do vereador Sérgio do Sindicato, a Câmara pareceu mais preocupada em encerrar suas obrigações do que em envolver a população nas decisões que impactarão o próximo ano. O discurso de compromisso com a comunidade soa contraditório diante da evidente falta de esclarecimento e participação popular.

A administração municipal de Arapiraca segue o mesmo padrão. Reiteradamente, o município adota práticas que dificultam o acesso da população às informações sobre o planejamento e a gestão de recursos, reforçando um modelo de governança que negligencia os direitos dos cidadãos.

A sociedade arapiraquense merece mais. A transparência e a participação são pilares fundamentais de uma democracia saudável, e a falta dessas práticas deixa margem para dúvidas e desconfianças. Cabe à população cobrar explicações e maior compromisso de seus representantes, especialmente em decisões que impactam diretamente o futuro da cidade.