ARQUIVAMENTO

STF acolhe parecer da PGR e arquiva investigação contra Renan Calheiros sobre eventual propina

Por Redação com Folha de São Paulo Publicado em 26/02/2025 às 11:23
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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira, 25, arquivar a investigação contra o senador Renan Calheiros (MDB), que envolvia o empresário Milton Lyra, acusado de ser lobista de políticos do MDB. Fux determinou o envio dos autos à primeira instância da Justiça Federal em Brasília para dar sequência à apuração de suspeitos sem prerrogativa de foro.

Segundo a investigação, Renan teria recebido propina para influenciar na edição de medidas legislativas que beneficiariam o setor portuário e o empresário Richard Klien, da empresa Multiterminais, entre 2012 e 2014, quando o parlamentar era aliado da então presidente Dilma Rousseff (PT).

Fux acolheu o parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que havia recomendado o arquivamento do caso em relação ao senador. A decisão foi revelada pela coluna Painel, da Folha de São Paulo.

Em manifestação ao STF em janeiro, Gonet argumentou que a Polícia Federal não reuniu provas de que as ações do senador tiveram impacto nas medidas adotadas por Dilma ou que tenha ocorrido o pagamento de propina. Segundo o procurador, "a autoridade policial não conseguiu alcançar novos elementos relacionados a Calheiros, deixando as evidências iniciais isoladas nos autos". Ele disse, ainda, que, com as diligências realizadas, os indícios iniciais perderam a gravidade, esvaziando a justificativa para a continuidade da apuração.

Gonet ressaltou que "a edição de medida provisória é prerrogativa exclusiva do presidente da República, conforme estipula a Constituição". Este não foi o primeiro pedido de arquivamento envolvendo Renan Calheiros. Em outubro de 2024, a Procuradoria-Geral da República já havia solicitado o arquivamento de uma outra acusação de pagamento de propina ao senador, também por intermédio de Milton Lyra, envolvendo o grupo Hypermarcas.