QUEM DECIDE É O POVO

Ronaldo Lessa, o destino eleitoral e o fator surpresa em 2026

Por Redação Publicado em 13/05/2025 às 08:30

Nos bastidores do poder em Alagoas, uma articulação silenciosa, mas estratégica, vem ganhando corpo: o destino político do vice-governador Ronaldo Lessa pode ser a peça-chave para o desfecho da sucessão estadual em 2026. Nas últimas semanas, Lessa tem sido assertivo em suas redes sociais ao afirmar que “no meu destino, quem manda é o povo”, um claro recado de que não se considera carta fora do baralho político.

A declaração não é à toa. Paulo Dantas, atual governador, poderá deixar o cargo em abril de 2026 para disputar um mandato de senador ao lado de Renan Calheiros ou de deputado federal, apesar de negar publicamente essa intenção. Nesse cenário, Ronaldo Lessa, que assumiu o governo ontem (12 de maio) e permanece no comando até o dia 30, ganharia o caminho livre para concluir o mandato.

Nos corredores do poder, a possibilidade de Lessa permanecer no cargo até o final de 2026 já é tratada como uma realidade concreta – e com reais chances de buscar a reeleição. Contudo, a estratégia política pode seguir outro rumo: os marcelistas e dantistas cogitam a hipótese de convencer Lessa a ceder a vaga de vice para um novo tampão, caso aceite integrar a chapa de Renan Filho como vice-governador, liberando Dantas para concorrer a um mandato federal.

A costura política não é simples. Lessa, que enfrenta um problema recorrente de saúde (cefaleia), está em processo de recuperação, mas segue ativo na articulação com as bases partidárias da esquerda. Entretanto, só um cidadão pode demovê-lo da ideia: Otávio Lessa, o irmão estrategista e cérebro político da família. Ele seria o principal interlocutor nas negociações, responsável por convencer Ronaldo a abrir mão da cadeira de governador em favor do grupo governista.

Nos bastidores, a dúvida que permanece é: se Lessa aceitar ser vice de Renan Filho, ele abrirá mão de governar Alagoas e buscar a reeleição. Caso aconteça, do ponto de vista legal, a manobra seria viável, desde que os interesses políticos prevaleçam e as negociações sejam seladas com acordos sólidos.

A movimentação em torno do vice-governador demonstra que, por mais que Renan Filho e Paulo Dantas tentem consolidar o cenário eleitoral em Alagoas, nada será decidido sem a palavra final de Ronaldo Lessa. Ele já deu o recado: o destino dele não será decidido por outros – nem por Renan, nem por Dantas.

Até lá, o tabuleiro político segue em compasso de espera, enquanto Ronaldo Lessa, estrategicamente posicionado no governo até o final de maio, prepara suas próximas jogadas.