SENADO FEDERAL

Fabiano Contarato, delegado por 27 anos, assume presidência da CPI do Crime Organizado

Senador petista do Espírito Santo traz experiência em segurança pública para comandar investigações sobre crime organizado no país

Publicado em 04/11/2025 às 17:29
Fabiano Contarato Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi escolhido para presidir a CPI do Crime Organizado, instalada no Senado nesta terça-feira, 4. Com 27 anos de atuação como delegado de polícia, Contarato foi eleito senador pelo Espírito Santo em 2018, inicialmente pela Rede Sustentabilidade.

Em dezembro de 2021, o parlamentar deixou a Rede e ingressou no Partido dos Trabalhadores (PT). Entre 2022 e 2023, destacou-se como líder da bancada petista no Senado. Em maio do ano passado, foi o único senador do PT a votar pela derrubada do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que acabou com a "saidinha" de presos.

Contarato também ganhou visibilidade durante a CPI da Covid, em 2021, ao relatar ter sido alvo de ataque homofóbico durante depoimento do empresário Otávio Fakhoury. Como primeiro parlamentar gay assumido da história do Senado, exigiu pedido de desculpas e cobrou investigação sobre o caso.

Nascido em Nova Venécia (ES), Contarato é formado em Direito pela Universidade Vila Velha, onde também lecionou. Possui pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal, além de especialização em Impactos da Violência na Escola pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Antes de ingressar na política, atuou em diversos cargos na administração pública: foi delegado de delitos de trânsito por mais de dez anos, diretor-geral do Detran-ES e corregedor-geral do Estado na Secretaria de Controle e Transparência.

Em 2020, foi indicado pelo então presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), para integrar o Conselho Nacional de Direitos Humanos, órgão vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

CPI do Crime Organizado

O colegiado irá investigar temas como tráfico, milícias, uso de fintechs, bancas de advocacia e criptomoedas para lavagem de dinheiro, além da necessidade de integração entre órgãos de segurança pública e as Forças Armadas. O relator da comissão será o senador Alessandro Vieira.

"Assumo a missão de presidir a CPI do Crime Organizado com humildade e com um compromisso inegociável: investigar com independência, transparência e coragem. Será uma comissão para ir até o topo da cadeia criminosa, para identificar e responsabilizar não apenas os executores, mas também os líderes, financiadores e cúmplices que lucram com a violência e a corrupção", afirmou Contarato em publicação no X (antigo Twitter).