DECLARAÇÃO POLÊMICA

Relator da CPMI do INSS defende tratamento rígido a corruptos, comparando-os a mortos de operação no Rio

Deputado Alfredo Gaspar (União-AL) elogia ação policial no Rio e sugere rigor semelhante contra políticos corruptos durante sessão da CPMI.

Publicado em 05/11/2025 às 19:24
O deputado Alfredo Gaspar, relator da CPMI Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI do INSS, elogiou nesta segunda-feira (3) a atuação da polícia na megaoperação contra o Comando Vermelho, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortos. Durante a sessão, Gaspar afirmou que políticos "corruptos" deveriam receber o mesmo tratamento dado a criminosos violentos.

"Eu acho certo, quero bater palmas para a polícia do Rio de Janeiro; bandido que não respeita a polícia é chumbo mesmo. Mas eu tenho uma pena da polícia não ter a mesma autorização para fazer isso nos corruptos com poder. O povo quer justiça igualitária, ou seja, para corrupto, forca. Para corrupto, o mesmo tratamento de bandido perigoso", disse o deputado.

A declaração foi feita durante a oitiva de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA). A entidade é investigada por suspeita de descontos indevidos em aposentadorias, com faturamento estimado em R$ 221 milhões. Abraão Lincoln chegou a ser preso e foi liberado após pagamento de fiança.

Criada há quase três meses, a CPMI do INSS agora divide os holofotes com uma nova comissão parlamentar, a CPI do Crime Organizado, instalada pelo Senado nesta terça-feira (4). O tema ganhou destaque após a megaoperação no Rio e deve ser central nas eleições de 2026.

Alfredo Gaspar afirmou ao Estadão que não teme esvaziamento nem concorrência entre as comissões. "São temas distintos, ambas as CPIs são importantes para o futuro da nação. O importante é que tenhamos resultados concretos", declarou.