PREMIAÇÃO

'The Pitt', 'O Estúdio' e 'Adolescência' triunfam no Emmy Awards

Cooper, de 15 anos, se tornou o vencedor mais jovem da premiação

Por Redação ANSA Publicado em 15/09/2025 às 15:54
Owen Cooper venceu Emmy por 'Adolescência ' ANSA

Era para ser uma competição com uma conclusão precipitada.

A 77ª edição do Emmy Awards, no entanto, acabou sendo uma noite cheia de reviravoltas.

A temporada de estreia de "The Pitt", uma série ambientada nos corredores de um pronto-socorro hiper-realista de Pittsburgh, conquistou o prêmio de drama mais prestigiado, superando a favorita "Ruptura", que recebeu 24 indicações em sua aclamada segunda temporada.

Entre as comédias, "O Estúdio", da Apple TV, triunfou. Esta sátira implacável, porém terna, aos muitos vícios e poucas virtudes de Hollywood arrebatou quatro estatuetas, incluindo "Melhor Série de Comédia", coroando Seth Rogen como protagonista, roteirista e diretor.

O sucesso da produção britânica "Adolescence" foi ainda maior do que o esperado, com seis estatuetas, incluindo "Melhor Minissérie". Owen Cooper, de 15 anos, ganhou o prêmio de "Melhor Ator Coadjuvante" por sua incrível atuação como Jamie Miller, o primeiro papel de sua carreira, tornando-se o ator mais jovem a receber um Emmy.

A série da Netflix também garantiu prêmios para o ator principal Stephen Graham e a atriz coadjuvante Erin Doherty (interpretando a psicóloga), além de direção e roteiro.

"The Pitt", produção da HBO, foi outro destaque da cerimônia — que foi apresentada de forma bastante monótona por Nate Bargatze e marcada por discursos curtos e memoráveis — quando Noah Wyle foi coroado como "Melhor Ator", superando Sterling K. Brown, de "Paradise"; Gary Oldman, de "Slow Horses"; Pedro Pascal, de "The Last of Us"; e Adam Scott, de "Ruptura".

O ex-Dr. Carter de "ER" ("Plantão Médico", em português) voltou ao seu jaleco branco ao lado de alguns dos produtores com quem trabalhou 30 anos atrás. "Dedico este prêmio a todos que estão de plantão esta noite, que estão saindo do serviço ou que estão prestes a chegar: eles estão lá para todos nós", disse ele em homenagem às equipes dos hospitais.

Katherine LaNasa também subiu ao palco, ganhando o prêmio de "Melhor Atriz Coadjuvante" por seu papel como a enfermeira-chefe que comanda o pronto-socorro. Já "The White Lotus" não recebeu nenhum prêmio, mesmo com quatro atrizes e três atores na disputa.

"Ruptura" teve que se contentar com duas estatuetas: uma para Britt Lower, uma atriz relativamente desconhecida até recentemente, que venceu o prêmio de "Melhor Atriz" pela interpretação da complexa Helly R., e a outra para seu colega de elenco, o coadjuvante Tramell Tillman.

Entre as comédias, "O Estúdio" foi incomparável, com 23 indicações, um recorde histórico para uma série de estreia.

"Estou envergonhado de como estou feliz", declarou Rogen, agradecendo também ao CEO da Apple, Tim Cook, sentado na plateia.

Quem se destacou foi "Hacks", também da HBO, que narra uma história hilária sobre uma comediante madura que retorna aos holofotes após anos de obscuridade. Jean Smart, de 74 anos, confirmou seu talento ao ganhar o prêmio de melhor atriz principal, após tê-lo conquistado nas três temporadas anteriores.

Sua colega de elenco Hannah Einbinder, que interpreta a brilhante escritora Ava Daniel, ganhou seu primeiro Emmy de "Melhor Atriz Coadjuvante" e gritou pela liberdade da Palestina e xingou o ICE, departamento de imigração dos Estados Unidos.

Surpreendentemente, o prêmio de "Melhor Ator Coadjuvante" foi para Jeff Hiller, pelo encantador "Alguém em Algum Lugar". Na categoria minissérie, apenas Cristin Milioti conseguiu quebrar a sequência triunfante de "Adolescence". "Eu te amo, eu amo atuar!", disse ela chorando e emocionada ao receber a estatueta de "Melhor Atriz" por "Pinguim".

Os produtores haviam prometido uma edição politicamente neutra, especialmente após as tensões decorrentes do assassinato do influenciador de direita Charlie Kirk. Desta forma, as intervenções mal chegavam ao palco.

Javier Bardem, indicado por sua série policial sobre os irmãos Menéndez, usava um chamativo keffiyeh (lenço) palestino no pescoço. Já Einbinder concluiu seu discurso com "Foda-se o Ice (Imigração e Alfândega dos EUA) e Palestina livre!" e acrescentou nos bastidores: "Como judia, sinto a obrigação de distinguir os judeus do Estado de Israel."

Por fim, sua colega Megan Stalter posou no tapete vermelho com uma bolsa preta com os dizeres "Cessar-fogo agora".