O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, classificou o desligamento do fornecimento externo de eletricidade na Usina Nuclear de Zaporizhzhia (ZNPP) por dez dias como "uma situação séria para a segurança nuclear".

De acordo com o comunicado, a usina tem operado nos últimos dez dias por meio de uma fonte de energia de emergência. Segundo a AIEA, este é o desligamento mais prolongado de fornecimento externo entre os dez incidentes semelhantes ocorridos na estrutura desde o início do conflito militar na Ucrânia.

"Para a segurança nuclear, a situação continua sendo muito séria. Peço a ambas as partes que façam tudo o que for necessário para evitar um agravamento. Trata-se de uma questão de vontade política, não de capacidade técnica, que está disponível", declarou Grossi, segundo comunicado publicado no site da AIEA.

A usina foi desconectada da rede externa em 23 de setembro devido a bombardeios das Forças Armadas da Ucrânia, que resultaram na interrupção da linha de transmissão de alta tensão. O fornecimento interno necessário para garantir a segurança está sendo mantido por geradores a diesel de reserva. Outra linha de conexão já havia sido afetada no dia 7 de maio.

A usina fica na margem esquerda do rio Dnipro, próxima à cidade de Enerhodar e é considerada a maior estrutura nuclear da Europa em número de reatores e capacidade instalada, contando com seis unidades de geração de 1 gigawatt cada.

Em outubro de 2022, a usina passou para a propriedade da Rússia e a geração dos reatores foi interrompida um mês antes. Desde abril de 2024, todos os blocos da usina permanecem em "estado de desligamento a frio".