MÚSICA

Grupo Cai Dentro celebra 15 anos com roda de samba no Espaço Armazém

Por Assessoria Publicado em 08/10/2025 às 10:09

Há grupos que nascem de ensaio, outros de acaso. O Cai Dentro nasceu de afinidade, daquelas que se explicam com um olhar. São 15 anos de música, sorrisos e de uma amizade que virou sinônimo de samba em Alagoas. Nesta sexta-feira (10), às 20h, o grupo comemora a data no Espaço Armazém, em Jaraguá, com convidados e amigos que prometem fazer deste aniversário um marco do samba alagoano.

“É difícil definir o Cai Dentro em uma palavra só”, confessa Bruno Palagani, integrante e empresário do grupo. “Amizade, amor e musicalidade formam a tríade perfeita. O jeito como a gente se entende no palco é diferente, é troca de olhar. Enquanto nossa energia estiver alinhada, faz todo sentido seguirmos juntos”, completa Palagani, com o mesmo sorriso que embala o som do cavaco que comanda nos shows do grupo.

Começando a sambar
A história do grupo começou entre 2008 e 2009, quando Bruno Palagani e o maestro Willbert Fialho se apresentavam como um duo instrumental. Vieram os palcos dos teatros de Maceió, os projetos culturais e, logo depois, a chegada do percussionista Mikla Waltari, que trouxe o pandeiro, o balanço — e uma cantora. Sim, Lara Melo, a voz que encanta as apresentações do grupo, veio a convite do percussionista. Com essa formação, o Cai Dentro ganhou um novo fôlego.

“Entrei no final de 2011, a convite do Mikla, que já era meu amigo de outras bandas. Desde então estamos juntos. Pra mim, o Cai Dentro é família, mas também é escola. É um privilégio conviver, aprender e crescer com eles”, conta a vocalista Lara Melo.

De lá pra cá, o grupo passou por palcos e bares que marcaram época. “Já fizemos casamentos, batizados, confraternizações e até cemitério”, brinca Bruno, rindo. “Mas tudo isso faz parte da nossa história. Já fizemos a festa de muita gente. Agora é a vez de vocês fazerem a nossa”, comemora.

Galeria Cai Dentro
Entre os momentos que ficaram na memória, o espetáculo Noel de Vila Isabel, em 2016, no Teatro Deodoro, ocupa lugar especial. E, mais recentemente, o Especial Cartola com a Orquestra Filarmônica de Alagoas, em maio deste ano, emocionou o público e os próprios músicos. “Foi um concerto de rara beleza”, relembra Willbert, que assinou os arranjos ao lado do maestro Luiz Martins.

Sobre tantos anos de grupo, Willbert completa: “Acho que ‘resiliência’ define o Cai Dentro. São pessoas que se completam musicalmente, que tocam pela música, sem vaidade. Isso é o que nos mantém de pé por tanto tempo”, diz o maestro, que recentemente completou 25 anos de carreira.

Um acorde ruim
A travessia desses 15 anos não foi só de flores. A pandemia trouxe pausas e reflexões. “Tivemos que nos reinventar física, mental e artisticamente para não esmorecer”, relembra Willbert Fialho. Lara também viveu seu momento de silêncio: “Precisei repensar minha relação com a música, mas voltei com ainda mais certeza de que esse é o meu lugar. Toda família tem altos e baixos.”

O segredo da longevidade parece simples: amizade, respeito e sintonia. “Nossa comunicação é no olhar”, diz Lara. “A gente se entende no palco sem precisar falar.”

Para Mikla Waltari, a pandemia foi difícil, mas também trouxe a oportunidade de reinvenção. “Fomos praticamente expulsos da nossa zona de conforto, o que nunca é algo bom, mas tiramos muitas lições do momento e transformamos em ócio criativo. Fizemos lives, compusemos e seguimos. Sobrevivemos”, reflete o percussionista.

Debutando
E é justamente essa energia que o grupo promete levar para o show de seus 15 anos: uma roda de samba que mistura nostalgia e celebração, reverência e risada. Com participações que se fundem à história do grupo — Tuim Gandaia, Fábio Zani, Fernanda Guimarães, Giba Simplício e Arthur…
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