O cantor Xande de Pilares acaba de lançar o primeiro volume de seu novo projeto audiovisual, “Nos Braços do Povo – Volume 1”, gravado em junho no Bar do Zeca Pagodinho, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O trabalho impressiona pela grandiosidade: são 64 músicas distribuídas em 39 faixas, entre singles e medleys, que percorrem as referências musicais que marcaram a trajetória do artista desde a infância até a juventude.

“Tudo que vem do povo é verdadeiro, é forte, tem energia única. É ali que podemos compartilhar qualquer coisa boa que Deus nos dá. Esse sempre vai ser o foco: boa música para energizar as pessoas, para trazer felicidade”, afirma Xande. Segundo ele, o projeto vai além de uma simples coletânea de regravações — trata-se de um tributo às suas memórias afetivas. “Eu sempre escutei de tudo, de todos os gêneros. A música tem esse poder de atravessar barreiras e transformar as pessoas. É ela que não me deixa parar. Meu foco sempre foi a música, e por isso esse projeto, que revisita canções tão importantes na minha vida, é essencial para mim”, completou.

O repertório foi cuidadosamente escolhido para refletir as influências que moldaram sua identidade artística. Entre os destaques está “Dias de Lua”, eternizada por Emílio Santiago. “É muito difícil cantar Emílio, mas eu queria muito essa música no álbum, porque quando comecei a cantar na noite ela fazia parte do meu setlist”, relembra Xande. Outra canção de peso é “Aos Novos Compositores”, de Arlindo Cruz, Chiquinho e Acyr Marques, que celebra a arte como expressão e sensibilidade, e não apenas como meio de lucro. “Essa música fala da alegria de compor, de se divertir com a criação. É um recado para nunca esquecer que a inspiração vem antes do dinheiro”, destaca o cantor.

O álbum inclui ainda “Vento” — o primeiro single, de Julio Cezar Martins Macabu, atualmente em alta nas rádios e rodas de samba —, além de “Bisnaga” (de Arlindo Cruz e Beto Sem Braço) e “Cabelo no Pão Careca” (de Barbeirinho do Jacarezinho e Rody), reafirmando a conexão de Xande com a tradição e a diversidade do samba. Outro momento marcante é o samba-rock “Olha Eu Aqui”, de Bebeto e Jobam. “Acredito que homenagear o Bebeto em vida é primordial, além de ser uma música que marcou a minha infância”, ressalta Xande de Pilares.