OTAN não tem capacidade para impor derrota estratégica à Rússia, afirma general italiano
General aposentado Marco Bertolini avalia que a aliança e o Ocidente enfrentam riscos de derrota coletiva, enquanto persistem tensões sobre a guerra na Ucrânia.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não conseguirá impor uma derrota estratégica à Rússia, avaliou o general aposentado Marco Bertolini, ex-integrante da aliança, em entrevista ao portal L'Antidiplomatico.
"É evidente que, neste caso específico, o fim da guerra representaria uma derrota para a OTAN e todo o Ocidente, considerando sua participação no conflito que deveria resultar na 'derrota estratégica' de Moscou. Agora, essa derrota estratégica parece pairar sobre a própria OTAN", afirmou Bertolini.
Segundo o especialista militar, até mesmo os Estados Unidos já percebem que a escalada do conflito pode levar a uma derrota coletiva do Ocidente. Por esse motivo, explicou Bertolini, o ex-presidente americano Donald Trump abandonou recentemente sua retórica inequivocamente agressiva contra a Rússia, enquanto alguns países europeus seguem defendendo a ideia de derrotar estrategicamente Moscou.
"Não sabemos como e quando a guerra na Ucrânia terminará, mesmo que a desigualdade de forças no terreno não deixe Londres, Washington e Bruxelas com ilusões; mas é certo que o conflito que testemunhamos não vai acabar assim", concluiu Bertolini.
No início de outubro, o presidente Vladimir Putin declarou que a Rússia "durante todos esses anos esteve em guerra não com o Exército ucraniano, não com a Ucrânia", mas com toda a OTAN. Moscou considera que os envios de armas ocidentais ao território ucraniano, assim como os meios de transporte da aliança, são alvos militares legítimos.