O tenor italiano Andrea Bocelli e sua voz que transcende fronteiras estão de volta ao Brasil para uma participação em um concerto de Natal, em 20 de novembro, e apresentações nos dias 21 e 22, em São Paulo, que prometem encantar o público com sua combinação única de músicas líricas e populares.

Ao longo de 30 anos de carreira, o artista conquistou o coração de milhões ao redor do mundo, mas nunca escondeu seu carinho especial pelo Brasil, onde sempre se sentiu "em casa".

"No Brasil, nunca me senti um estrangeiro. Há uma palavra que resume o que sinto: 'empatia'. Acontece sempre que subo em um palco na América Latina, principalmente no território brasileiro", declarou Bocelli em entrevista exclusiva à ANSA.

O artista revelou que toda a "tensão" que sente "antes de uma apresentação" no país se "transforma em energia positiva": "Sinto o carinho, o calor, a disposição para ouvir atentamente, de um público que carrega em si a luz de uma cultura que busca a beleza e que se reflete na qualidade das relações interpessoais".

Na última turnê, Bocelli encantou o público brasileiro com apresentações ao lado de seu filho, Matteo, e da cantora Sandy, que voltará a dividir o palco com o tenor nesta semana nos concertos na Arena Pacaembu.

"Cada concerto é sempre único e irrepetível, e toda contribuição profissional de artistas brasileiros tem sido e será não apenas bem-vinda, mas uma fonte de grande qualidade, emoção e profundo crescimento artístico", disse o italiano, que se apaixonou pelo Brasil ainda na adolescência, sobretudo por sua música e sua cultura. "E nunca deixei de amar", salientou.

Bocelli completou recentemente 30 anos de carreira, tempo que não conseguiu diminuir seu amor pela música, algo que, em suas próprias palavras, é tão importante quanto o ar que ele respira.

"Cantar é um privilégio para mim, uma forma de trazer leveza à vida. Sinto claramente que estou no auge da minha jornada terrena: uma fase interessante, não sem surpresas, um momento em que o peso das prioridades às vezes muda. Mas o entusiasmo, o desejo de buscar a beleza através da arte e a urgência de comunicar emoções positivas, restaurando, se possível, um pouco de serenidade a quem ouve, são os mesmos de 30 anos atrás", assegurou.

Refletindo sobre sua carreira, o tenor de 67 anos se emociona ao lembrar dos encontros com pessoas que, através de sua música, redescobriram a fé e confiança na vida: "Isso me dá energia para continuar cantando, restaurando o significado da minha profissão e, de certa forma, de toda a minha existência".

E uma experiência vivida no Brasil ocupa um lugar especial nas memórias das últimas três décadas: uma apresentação no Santuário de Aparecida, em 2016, um "momento de música e oração" que ele põe lado a lado com outros momentos marcantes, como os concertos para os últimos quatro papas ou um show no Central Park em 2011.

Tudo isso tendo como grande inspiração o amor, principal fonte da arte de Bocelli. "Seja o amor sensual, o amor pela vida, o amor pela beleza ou o amor pela fraternidade que nos une, a fonte de inspiração é sempre o amor. Sem amor, a vida não teria sentido", ressaltou o tenor, sem esquecer da fé, que também tem papel central em sua vida e obra.

"O bom Deus me emprestou um instrumento que me permite expressar o que sinto. É, portanto, também a fé que me inspira e, como crente, considero uma honra e uma responsabilidade específica oferecer a minha voz e dar a minha modesta contribuição, testemunhando a minha fé, na esperança de transmitir, através da música, os valores cristãos em que baseei a minha vida", disse.

Bocelli se apresenta em São Paulo na próxima quinta-feira (20), na primeira edição do "Natal para o Bem", um concerto sinfônico gratuito — já com ingressos esgotados — que será realizado na Praça Charles Miller.

Nos dois dias seguintes, o tenor fará mais duas apresentações na Arena Pacaembu. Os ingressos, que variam de R$ 395 a R$ 3.950, estão à venda no site da Eventim e na bilheteria oficial do evento.