O técnico da seleção brasileira de futebol, Carlo Ancelotti, foi condenado nesta quarta-feira (9) pela Justiça da Espanha a um ano de prisão por crimes fiscais cometidos em 2014, período em que comandava o Real Madrid. Segundo a sentença, o treinador teria deixado de declarar rendimentos relacionados a direitos de imagem, configurando sonegação.

Além da pena privativa de liberdade, o italiano foi condenado ao pagamento de uma multa de € 386 mil — o equivalente a cerca de R$ 2,5 milhões. Ancelotti se declarou inocente durante o processo, mas não se manifestou publicamente após a divulgação da condenação.

Apesar da sentença, é pouco provável que o técnico cumpra pena em regime fechado. Como a condenação é inferior a dois anos e ele não possui antecedentes criminais, a Justiça espanhola pode convertê-la em liberdade condicional, prática comum em casos semelhantes.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que acertou com Ancelotti para assumir oficialmente o comando da seleção brasileira, ainda não se pronunciou sobre a decisão judicial. A entidade havia anunciado o técnico como parte do projeto de reestruturação do time nacional, com foco na Copa do Mundo de 2026.

A condenação reacende o debate sobre os contratos de direitos de imagem e a recorrente vigilância das autoridades fiscais espanholas sobre figuras públicas do esporte, especialmente estrangeiros que atuaram no país. Casos semelhantes envolveram nomes como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e José Mourinho.

O episódio traz novo foco à trajetória de Ancelotti às vésperas de sua chegada definitiva à seleção brasileira e pode gerar repercussão institucional nos próximos dias.