Astrônomos detectam aglomerado de matéria escura um milhão de vezes maior que o Sol
Um aglomerado de matéria escura, localizado a cerca de 10 bilhões de anos-luz da Terra, foi identificado por um grupo de cientistas.
A descoberta, publicada na revista Nature Astronomy, ajuda a compreender a composição dessa substância invisível que forma grande parte do Universo.
"Caçar objetos escuros que parecem não emitir luz é um desafio. [...] Usamos galáxias distantes como pano de fundo para observar suas temperaturas gravitacionais", disse Devon Powell, do Instituto Max Planck de Astrofísica.
O objeto tem uma massa um milhão de vezes maior que a do Sol e foi identificado por meio de um superconjunto de radiotelescópios espalhados pelo mundo.
"A partir da primeira imagem de alta resolução, observamos imediatamente um estreitamento no arco gravitacional, o que é o sinal revelado de que não estávamos no caminho certo. Somente outro pequeno aglomerado de massa entre nós e a radiogaláxia distante poderia isso causar", afirmou John McKean, da Universidade de Groningen.
Para analisar os dados, os pesquisadores realizaram novos algoritmos executados em supercomputadores.
Curiosamente, o aglomerado é o objeto de menor massa a ser encontrado usando uma técnica de lentes gravitacionais.
“Acreditamos que todas as galáxias, incluindo a nossa Via Láctea, estão repletas de aglomerados de matéria escura, mas os encontramos e convencemos a comunidade de que eles existem requer uma grande quantidade de cálculos”, explicou Simona Vegetti, também do Max Planck.
De acordo com Powell, o encontrado confirma a variação do modelo de matéria escura e agora os cientistas querem saber se há mais aglomerados de matéria escura e se eles seguem o que os modelos indicam.