O Japão escreveu nesta terça-feira (14) uma das páginas mais surpreendentes de sua história no futebol. Jogando em casa, a seleção japonesa derrotou o Brasil por 3 a 2, de virada, em partida amistosa disputada em Tóquio — a primeira vitória japonesa sobre o Brasil em todos os tempos.

Sob o comando de Carlo Ancelotti, o time brasileiro começou bem, mas sofreu um colapso no segundo tempo, com falhas individuais decisivas e total desorganização tática.

Brasil dominante no primeiro tempo

O Brasil entrou em campo com intensidade e impôs seu ritmo logo nos primeiros minutos. O placar foi aberto aos 26 minutos, com Paulinho completando jogada pela direita após rebote na área. Seis minutos depois, aos 32, Martinelli recebeu belo passe de Lucas Paquetá, invadiu a área e finalizou cruzado para ampliar.

Com 2 a 0 no placar e total domínio da partida, a Seleção parecia caminhar para uma vitória tranquila. Mas o segundo tempo contou uma história bem diferente.

Colapso e virada em 25 minutos

Na volta do intervalo, o Japão mostrou outra postura: marcou alto, pressionou e explorou as falhas da defesa brasileira. Aos 52 minutos, Takumi Minamino aproveitou erro de saída de bola e descontou. Dez minutos depois, aos 62, K. Nakamura empatou em chute forte da entrada da área, após nova falha de posicionamento do zagueiro Fabrício Bruno, do Cruzeiro.

A virada veio aos 71 minutos, com A. Ueda, que recebeu cruzamento rasteiro e completou com categoria, decretando o 3 a 2 no placar.

O Brasil, atordoado, perdeu completamente o controle do jogo. Carlo Ancelotti tentou reagir com a entrada de Estevão, jovem promessa do Palmeiras, para dar mais velocidade ao ataque, mas a seleção seguiu desorganizada e sem poder de finalização.

Euforia japonesa e decepção brasileira

Ao apito final, o estádio explodiu em festa. A torcida japonesa comemorou intensamente a vitória histórica — um triunfo inédito diante da maior campeã mundial.

Do lado brasileiro, o semblante era de frustração e incredulidade. Ancelotti admitiu o apagão do time na segunda etapa. “Perdemos a concentração, erramos em momentos decisivos e deixamos o controle escapar”, disse o técnico após o jogo.

Falhas, fragilidade e alerta

A derrota expôs mais uma vez os problemas recorrentes da Seleção Brasileira: falhas individuais, fragilidade defensiva e falta de reação emocional. Fabrício Bruno, envolvido diretamente em dois dos três gols japoneses, foi o principal símbolo da desatenção que custou caro.

O resultado deixa claro que o Brasil ainda está longe de encontrar o equilíbrio esperado sob o comando de Ancelotti.

Enquanto o Japão celebra uma noite inesquecível, o Brasil volta para casa com lições duras — e a certeza de que camisa, tradição e talento não bastam quando falta foco e organização.