Arqueólogos que atuam na necrópole real de Tânis, no Egito, descobriram 225 estatuetas de ushabti pertencentes ao rei Sheshonq III, trazendo novas pistas sobre as tradições funerárias da realeza e solucionando um antigo mistério envolvendo um sarcófago de granito sem inscrições. A informação foi divulgada pela revista Archaeology News.

Segundo a publicação, durante a limpeza da tumba de Osorkon II em San el-Hagar, em Tânis, as estatuetas foram localizadas em sua posição original, ao lado do enigmático sarcófago de granito, até então sem identificação.

As estatuetas de ushabti eram figuras funerárias do Antigo Egito, colocadas nos túmulos para servir simbolicamente o falecido na vida após a morte.

"O contexto [das estatuetas] forneceu evidências cruciais para a identificação do sarcófago como pertencente a Sheshonq III, um governante significativo cujo longo reinado deixou uma marca arquitetônica visível em Tânis, a capital setentrional de sua dinastia", destaca a revista.

A descoberta é considerada sem precedentes na arqueologia da região desde 1946.

O sarcófago de granito permaneceu um mistério por anos, mas agora sua origem foi esclarecida, iluminando um capítulo importante da cultura funerária local.

Os pesquisadores também investigam se o rei foi sepultado diretamente na câmara de seu predecessor ou se seus objetos pessoais foram transferidos para protegê-los de saqueadores.

Inscrições e entalhes recém-revelados prometem ampliar o conhecimento sobre a reutilização e adaptação da necrópole real ao longo dos séculos.

O projeto de preservação inclui ações para proteger a estrutura e reduzir os níveis de sal que ameaçam a conservação do sítio arqueológico.

Segundo a publicação, o trabalho integra uma longa tradição de cooperação arqueológica dedicada ao estudo e à proteção desse sítio único.