Arqueólogos descobriram no sudeste da Turquia uma impressionante estrutura neolítica semelhante a um anfiteatro, datada de cerca de 11 mil anos, em Karahantepe. Com 17 metros de extensão, o sítio apresenta arquibancadas em camadas, esculturas humanas e cabeças esculpidas, revelando aspectos da vida comunitária primitiva, segundo informações do portal Arkeonews.

A descoberta contribui para a compreensão dos primórdios da vida sedentária na região, entre 9400 e 8000 a.C.

"Karahantepe foi habitada por cerca de 1.400 anos, a partir de 9400 a.C. Os arqueólogos identificaram três fases principais de povoamento, cada uma refletindo estilos arquitetônicos distintos: salas circulares iniciais parcialmente esculpidas na rocha, edifícios retangulares com cantos arredondados em um momento posterior e, por fim, estruturas totalmente retangulares", destaca o artigo.

Essas transições refletem o processo em que grupos humanos migraram de bandos nômades de caçadores-coletores para comunidades sedentárias e complexas.

O sítio arqueológico integra arquitetura doméstica e comunal, oferecendo evidências da evolução da organização social e da expressão simbólica durante a Revolução Neolítica.

Entre os achados, destaca-se um edifício recém-revelado, com piso escavado na rocha, paredes adornadas com cabeças humanas esculpidas e estátuas sentadas, apontando para uma transição simbólica do animal para o humano.

O layout interno apresenta três bancos de pedra em degraus curvos ao redor de uma escultura central, remetendo a um anfiteatro projetado para reuniões coletivas.

Essa configuração sugere que a estrutura servia para fortalecer a coesão social por meio de rituais, narrativas e tomadas de decisão diante dos desafios da vida sedentária.

Diferentemente de outros sítios próximos, Karahantepe se destaca pela arquitetura escavada na rocha, câmaras interconectadas e a maior concentração de representações humanas do período Neolítico, evidenciando uma sociedade altamente organizada.

Esses elementos ressaltam como espaços monumentais reforçavam a identidade comunitária há mais de 11 mil anos.

Por Sputnik Brasil