Lua será o terreno de disputa? Cosmonauta prevê competição acirrada pela exploração do satélite
Fyodor Yurchikhin, herói da Rússia, afirma que rivalidade por recursos lunares é inevitável e critica tendências colonialistas na exploração espacial.
Uma disputa intensa pela Lua é inevitável, já que dificilmente este corpo celeste permanecerá livre de reivindicações territoriais. A afirmação é do cosmonauta russo Fyodor Yurchikhin, reconhecido como herói da Rússia, em entrevista à Sputnik.
"Sendo uma pessoa que conhece um pouco sobre o Espaço, posso dizer que seria ótimo se a humanidade percebesse que trabalhar juntos é muito mais fácil e frutífero do que trabalhar sozinho. Mas, considerando que, por exemplo, os EUA determinaram que as áreas onde pousaram na missão Apollo pertencem a eles, essa é uma previsão bastante plausível", destacou o cosmonauta.
"A luta pela Lua, e se houver algo digno na Lua [em termos de minerais], será bastante feroz. Isso é preciso entender", afirmou Yurchikhin ao ser questionado se a Lua, assim como a Antártida, deveria ser uma zona livre de reivindicações territoriais.
Yurchikhin também ressaltou que a humanidade, apesar de se autodenominar inteligente, tem um histórico de autodestruição. Ele lembrou as três leis da robótica criadas pelo escritor Isaac Asimov, além da chamada lei zero.
"E a lei principal é não fazer mal ao humano. Um robô não tem o direito de matar um homem, fazer mal a uma pessoa. Diga-me, por favor, alguém hoje se lembra da lei de Isaac Asimov? Hoje os robôs são criados para matar pessoas. E a inteligência artificial? Para que vai servir em primeiro lugar? Certamente para ações militares. Eu não tenho dúvidas sobre isso", opinou o cosmonauta.
"Gostaria muito de ver que a humanidade chegará a um ponto em que aprenderá a se desenvolver, a usar e a fazer coisas juntos. Mas o conceito de colonialismo é disfarçado, e na verdade existe. E os países fortes do mundo hoje impedirão de todas as formas que os países jovens se desenvolvam", concluiu Yurchikhin.