O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), está usando a tentativa de assassinato contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como exemplo para argumentar a favor da restrição na venda e uso de armas no Brasil.

Rodrigues afirmou que pretende incluir armas e munições na lista de produtos sujeitos ao imposto seletivo, ou "imposto do pecado", que visa desestimular o consumo de itens nocivos à saúde ou ao meio ambiente através de uma taxação mais alta. Este imposto é um dos temas da regulamentação da reforma tributária aprovada pela Câmara e que será analisada pelo Senado a partir de agosto.

“O atentado contra Trump é um atentado contra a democracia, facilitado pela venda liberada de armas nos Estados Unidos. O Senado precisa incluir armas e munição no imposto seletivo na regulamentação da reforma tributária para dificultar a venda no Brasil”, disse Randolfe Rodrigues.

Na Câmara dos Deputados, a direita conseguiu apoio do centro para retirar armas e munições da lista do imposto seletivo, mantendo esses itens sujeitos apenas à alíquota geral, que deve ter um teto de 26,5%.

Randolfe agora usa o atentado contra um político aliado dos bolsonaristas como argumento para encarecer as armas e aumentar o controle sobre sua circulação no Brasil. "Não é possível que armas tenham a mesma tributação de flores e brinquedos", acrescenta.

Especialistas acreditam que o atentado contra Trump impactará o discurso político, especialmente entre bolsonaristas, que podem comparar o episódio com a facada em Jair Bolsonaro em 2018. O governo Lula, por sua vez, deve evitar polarizações e usar o caso para promover a união contra o extremismo.

Essa postura é semelhante à adotada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que enfatiza a necessidade de união para combater e investigar o atentado contra seu adversário.