BC: efeitos dos juros altos na economia ainda são desconhecidos

O efeito da política de juros sobre a economia ainda está sendo avaliado, segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Ele falou nesta quinta-feira (27), na apresentação do Relatório de Política Monetária, que prevê que a inflação fique acima de 5% neste ano.
Segundo Galípolo, a instituição adotou um remédio forte para tentar trazer a inflação para a meta – que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
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Os técnicos analisam como os índices reagem para saber como agir no futuro.
Banco Central entende como se dá esse mecanismo de transmissão, ou seja, você dá o remédio agora, o remédio vai ter um efeito ao longo do tempo. E a percepção de que esse remédio está funcionando ou não vai ser contado por você por uma série de dados e indicadores que vão dizer se a dosagem do remédio está adequada ou não. É nesse momento que a gente está. É essa a função de reação para esse momento.
O presidente do Banco Central explicou que não definiu o tamanho de um aumento na taxa de juros em maio para manter “liberdade” de ação, por causa das incertezas no exterior e no Brasil.
Segundo Gabriel Galípolo, o empréstimo consignado para trabalhadores do setor privado ainda não entrou nas projeções.
Não consideramos ele nas nossas projeções e estamos vendo que esse é um processo ainda de consolidação e tentativa de entender melhor por parte de todo mundo qual vai ser um impacto. Acho que é uma medida que vem mais olhando para uma questão estrutural do que conjuntural que eu acho que é uma agenda mais antiga que existe da gente conseguir substituir empréstimo de alto custo para empréstimo de baixo custo.
O Relatório de Política Monetária prevê ainda que a economia deve crescer menos este ano: a previsão caiu de 2,1% para 1,9%.
