Acompanhantes denunciam falta de estrutura e problemas na UPA de Palmeira dos Índios

Dois relatos feitos por acompanhantes de pacientes chamaram atenção para problemas enfrentados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira dos Índios. Entre as denúncias, estão a demora na transferência de um idoso em estado delicado e a suspensão do fornecimento de refeições aos profissionais de saúde que atuam em longos plantões.
Em um dos casos, a sobrinha de um paciente de 80 anos, internado há pelo menos dez dias, usou as redes sociais para cobrar das autoridades mais atenção à saúde da população. O idoso sofreu um acidente vascular encefálico (AVE) e apresentou episódios de arritmia cardíaca, chegando a registrar 190 batimentos por minuto. “Ele não consegue se alimentar, não fala e aqui na UPA não tem suporte de hospital, não tem nutricionista. O médico disse apenas que eu monitorasse os batimentos dele para comparar com o meu aparelho, mas isso não resolve nada”, relatou a mulher.
A acompanhante também destacou que a equipe de profissionais se esforça, mas enfrenta limitações por conta da alta demanda. “A equipe é até boa, mas falta um reforço porque é muito paciente para pouco profissional. Estamos lutando aqui pela vida”, afirmou. Em tom de indignação, ela completou: “Se fosse um parente da prefeita ou do governador, não estaria perambulando aqui. Tudo gira em torno da política, mas saúde é um direito, não é um favor”.
Após o vídeo ganhar repercussão nas redes sociais, o paciente conseguiu ser transferido para outra unidade hospitalar na manhã desta sexta-feira (27).
Outro acompanhante também denunciou que profissionais da UPA estariam enfrentando plantões de 12 horas sem a garantia do almoço, que antes era fornecido por uma empresa terceirizada, contratada por meio de licitação da prefeitura. Segundo os relatos, a situação tem ocorrido com frequência e afeta especialmente equipes de enfermagem e outros setores que se revezam em turnos ininterruptos.
A alimentação fornecida aos trabalhadores da saúde é considerada parte essencial das condições de trabalho, sobretudo em unidades de pronto atendimento, onde o ritmo é intenso e a rotina exige atenção constante.