Rota do Pescado fortalece pescadores artesanais e impulsiona desenvolvimento regional no Nordeste e Sudeste
Iniciativa beneficia milhares de pescadores artesanais com capacitação, infraestrutura e acesso a mercados, promovendo inclusão produtiva e desenvolvimento regional sustentável

Brasília (DF) – No Dia do Pescador, celebrado neste domingo (29), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reforça os avanços promovidos pela Rota do Pescado, iniciativa que tem transformado a realidade de comunidades pesqueiras e ribeirinhas em diversas regiões do país. Com investimentos em capacitação, infraestrutura e acesso a novos mercados, a ação já apresenta resultados como a geração de renda, o fortalecimento da cadeia produtiva e a redução da pobreza em polos ativos localizados nos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Minas Gerais.
Vinculada à Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), e coordenada pela Secretaria Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial (SDR), a Rota do Pescado tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento econômico local por meio do fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis. Atualmente, o MIDR já estruturou oito polos voltados à pesca e à aquicultura, beneficiando 87 municípios em seis estados. Os recursos aplicados somam mais de R$ 6 milhões, destinados à qualificação técnica de trabalhadores, fornecimento de insumos, aquisição de equipamentos e melhorias na infraestrutura pesqueira.
“A Rota do Pescado representa uma das faces mais concretas da Política Nacional de Desenvolvimento Regional: a que chega diretamente às pessoas. Estamos falando de ações que qualificam o trabalho de milhares de pescadores artesanais, estruturam a cadeia produtiva e movimentam economias locais de forma sustentável. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional trabalha para que iniciativas como essa levem dignidade, renda e oportunidades a quem vive da pesca, valorizando os saberes tradicionais e promovendo inclusão produtiva com identidade regional”, completou.
Mais renda e dignidade no campo
Em Buritizeiro (MG), às margens do Rio São Francisco, o pescador Eurico da Silva é um exemplo dos impactos positivos da iniciativa. Antes, ele enfrentava dificuldades para desenvolver a produção de tilápias em sua propriedade. “As tilápias se reproduziam de forma descontrolada e não cresciam como esperado”, conta.
Com o apoio técnico de parceiros locais e o suporte da Rota do Pescado, Eurico recebeu mil alevinos sexados e orientação sobre manejo e alimentação. O resultado? Ele produziu 1.350 quilos de peixe. “Hoje, vejo a piscicultura como uma fonte real de renda para mim e minha família”, afirma.
Histórias como a de Eurico se repetem em diversas localidades, onde o MIDR atua para garantir não apenas o incremento da produção, mas também condições dignas para que os pescadores possam viver do seu trabalho com segurança, sustentabilidade e acesso ao mercado consumidor.Herciliano Carneiro mora em Bocaiuva (MG), e é representante da Associação dos Piscicultores do Portal do Norte. “Quando criamos a Associação dos Piscicultores do Portal do Norte, há quatro anos, enfrentávamos muitas dificuldades, principalmente na aquisição de ração, alevinos e no alto custo da energia para o cultivo de peixes. Atendíamos apenas seis cidades, mas hoje alcançamos todo o Norte de Minas”, relembra o pescador de 54 anos. A virada veio com a chegada da Rota do Pescado, que identificou nossas necessidades, nos orientou e nos apresentou parceiros fundamentais para viabilizar a nossa atividade”, acrescentou.
Ações integradas e resultados concretos
A Rota do Pescado está presente em áreas com grande vocação para a atividade pesqueira. No Nordeste, destacam-se os polos de Sobradinho e do Sistema Itaparica, que abrangem municípios da Bahia e de Pernambuco. Nessas regiões, a atuação da Rota tem promovido a organização da produção, apoio à comercialização e fortalecimento da aquicultura familiar.
A iniciativa integra ações complementares de outros ministérios, como o da Pesca e Aquicultura, contribuindo com dados e estratégias para o fortalecimento da cadeia em nível nacional. Segundo o Boletim RGP, o Brasil conta com mais de 1 milhão de pescadores registrados, sendo a maioria pescadores artesanais, grupo prioritário nas políticas públicas apoiadas pelo MIDR.
A Rota do Pescado não se limita à geração de renda. Ela também visa promover o consumo de produtos regionais, valorizar a cultura alimentar local e ampliar as oportunidades de negócios, incluindo turismo, gastronomia e comércio. Com isso, contribui para tornar as regiões menos dependentes de commodities e mais resilientes economicamente. “O que estamos fazendo é dar ferramentas para que os pescadores e pescadoras possam continuar seu ofício com dignidade, segurança e oportunidades reais de crescimento”, afirma o secretário nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial, Daniel Fortunato.