Moradora de Palmeira dos Índios denuncia abandono e espera há semanas por exame de urgência no joelho

Com fortes dores e mobilidade comprometida, a dona de casa Josiene Ferreira, moradora de Palmeira dos Índios, vive um drama silencioso à espera de um exame de ressonância magnética solicitado com urgência pelo médico ortopedista. Aos 63 anos, Josiene procurou a Tribuna do Sertão para denunciar a situação de descaso e sofrimento enfrentada nas últimas semanas.
De acordo com o relato, ela foi diagnosticada com problemas sérios no joelho após um exame de raio-X. Com base nesse diagnóstico, o ortopedista que a atendeu solicitou com urgência uma ressonância, etapa essencial para a definição de um tratamento adequado. No entanto, mesmo após diversas idas à Central de Marcação do município, ela afirma que não houve nenhum avanço no agendamento do exame.
“Faz 21 dias que o pedido foi feito, e já estou há mais de dois meses sofrendo. A outra perna também foi afetada, por causa do peso e da falta de tratamento. Só consigo viver deitada, sem andar. É só eu e Deus mesmo”, contou, emocionada.
Além do sofrimento físico e emocional, Josiene ainda precisa custear do próprio bolso o transporte até os órgãos públicos de saúde, usando táxi para se locomover. Ela relata ter gasto mais de R$ 130 apenas em transporte, sem contar os medicamentos caros que vem adquirindo para tentar aliviar as dores.
“Ganho menos de um salário mínimo. Já gastei com remédios, sprays para dor, e nada resolve. E mesmo assim tenho que ir atrás de táxi porque não tenho como caminhar”, lamenta.
A dona de casa critica a falta de retorno e sensibilidade por parte da Secretaria de Saúde. Segundo ela, as respostas recebidas são sempre as mesmas: "não estão marcando ainda". A coordenadora responsável teria dito que ligaria quando o exame fosse liberado, mas até agora não houve contato ou qualquer previsão.
“É um exame de urgência, o médico deixou isso bem claro. Mas ninguém se importa. Eles dizem que não tem previsão. Eu estou morrendo aos poucos em casa, com dores que até afetam a mente. Preferi não ir mais à UPA porque sei como está a situação lá. Não vejo futuro na saúde de Palmeira.”
Com o psicológico abalado, Josiene cobra que a prefeita e as autoridades locais olhem com mais atenção para a saúde pública, especialmente para casos urgentes como o dela.
“A verba vem para a saúde. Quando não tem como marcar no município, a prefeitura precisa custear. Eu só quero poder fazer meu exame e tratar. Nada mais.”
A Tribuna do Sertão acompanha o caso de perto e mantém o espaço aberto para esclarecimentos da Prefeitura de Palmeira dos Índios e da Secretaria Municipal de Saúde. A reportagem continuará acompanhando a situação de Josiene e de outros moradores que, como ela, sofrem com a lentidão e o descaso no sistema público de saúde do município.