POLÍCIA

Mulher denuncia que marido foi morto por PMs dentro de casa em Santana do Ipanema

Rogério Almir, de 32 anos, teria sido agredido com choques e espancado por agentes que se identificaram como policiais militares; IML confirma morte por espancamento

Por Cinara Corrêa Publicado em 12/07/2025 às 08:21

Uma denúncia feita nas redes sociais por uma moradora de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, acusa policiais militares de envolvimento na morte de seu marido, Rogério Almir Santos, de 32 anos. Segundo a mulher, ele teria sido torturado e espancado até a morte dentro da própria residência por homens que se identificaram como PMs. O caso aconteceu na última quarta-feira (9) e está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da cidade.

De acordo com o relato, a mulher saiu de casa para comprar uma sandália e, ao retornar, encontrou a casa cercada por policiais. Os agentes informaram que seu marido havia sofrido uma queda e fora levado ao hospital. No entanto, segundo a mulher, ele já estava morto naquele momento.

Ela afirmou que, enquanto esteve fora, o companheiro permanecia em casa jogando videogame. Os policiais teriam invadido o imóvel sem apresentar mandado judicial, e agredido Rogério com choques elétricos e pancadas. “Como é que matam um ser humano de pancada sem ele ter feito nada? Meu marido não estava armado e não estava com droga. Eles mataram o meu marido de choque e de pancada”, declarou.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a causa da morte foi espancamento. Testemunhas relataram que os gritos de Rogério podiam ser ouvidos por toda a rua. Uma vizinha afirmou que ele foi amarrado ao pé da cama, molhado e torturado com choques por meio do fio da televisão.

Em nota, a Polícia Militar de Alagoas informou que equipes da Companhia de Caatinga (Copes) realizavam patrulhamento na cidade quando foram informadas sobre um suposto ponto de tráfico de drogas na rua Arthur Moraes. Ao chegarem ao local, suspeitos teriam fugido e, dentro de uma das casas, os policiais encontraram um homem “se debatendo no chão”. Ele foi socorrido ao hospital, mas não resistiu.

Ainda segundo a PM, na residência foram apreendidas 200 pedras de crack. A corporação afirmou que a vítima possuía antecedentes por homicídio qualificado, associação para o tráfico e posse ilegal de arma de fogo.

O inquérito policial instaurado vai apurar as circunstâncias da abordagem, da suposta tortura e da morte de Rogério Almir. A Polícia Civil não divulgou prazos para a conclusão das investigações.