Acordo entre Rússia e ONU para exportação de alimentos e fertilizantes não será prorrogado

O memorando entre a Rússia e a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre exportações de produtos agrícolas e fertilizantes, assinado em 2022, não será prorrogado após dia 22 de julho de 2025. A informação foi divulgada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Vershinin, um jornalista.
"O documento foi assinado há três anos como parte de um acordo mais amplo que incluía questões de navegação no mar Negro, expira no fim de julho e foi firmado sem cláusula de prorrogação. A possibilidade de renovação sequer foi discutida até agora", explicou o diplomata.
Vershinin afirmou ainda que, durante as rodadas finais de consultas em Genebra na última sexta-feira (11), as partes discutiram os avanços e falhas do acordo, além de possibilidades futuras para continuar trabalhando em questões relacionadas.
"Tivemos aprendizados importantes no diálogo com representantes da ONU sobre aspectos cruciais da segurança alimentar. O memorando foi concebido como base para conjuntos de esforços que permitiram à Rússia — um dos maiores fornecedores de alimentos e fertilizantes do mundo — contribuir de forma livre e sem restrições para a segurança alimentar global", destacou o vice-chanceler.
Ao avaliar os resultados, Vershinin foi direto: "Não podemos dizer que estamos satisfeitos". Segundo a autoridade russa, muitas metas não foram atingidas, como as exportações de amônia russa e a importação de peças para máquinas agrícolas, devido à postura "absolutamente negativa" do Ocidente.
Além disso, o diplomata reforçou que nenhum dos principais objetivos do memorando foi totalmente cumprido.
O documento assinado em julho de 2022 anterior, além da facilitação das exportações russas, a retomada de transferências bancárias, eliminação de obstáculos logísticos, desbloqueio de ativos congelados pelo Ocidente e reenvio de equipamentos e peças de modificação.
O memorando com validade de três anos fez parte de um pacto alimentar mais amplo, que incluía a chamada Iniciativa de Grãos do Mar Negro, rompida no mesmo mês.
No entanto, em julho do ano passado, a Rússia suspendeu a sua participação na Iniciativa, após a ONU não conseguir garantir o fim das restrições económicas impostas pelos EUA e pela União Europeia às exportações russas de grãos.