JUSTIÇA

Após farsa de sequestro em Maceió, polícia orienta doadores de campanha solidária a registrarem boletim de ocorrência

Por Vanessa Lima Publicado em 17/07/2025 às 15:32

A reviravolta no caso do motorista de aplicativo que alegou ter sido sequestrado e queimado vivo em Maceió ganhou novos desdobramentos. A Polícia Civil revelou, nesta quinta-feira (17), que tudo não passou de uma farsa montada por Josivaldo dos Santos para fraudar o seguro do próprio veículo.

A denúncia de sequestro mobilizou comoção pública e campanhas de arrecadação via Pix foram criadas para ajudá-lo. Com a confissão do motorista de que ele mesmo ateou fogo ao carro — comprado com parcelas em atraso e alvo de mandado de busca e apreensão — a polícia agora orienta que pessoas que se sentirem lesadas procurem uma delegacia para registrar boletim de ocorrência. O caso pode ser enquadrado como estelionato, pois houve engano contra quem agiu de boa fé.

De acordo com o delegado Igor Diego, responsável pelas investigações, Josivaldo comprou combustível e incendiou o veículo propositalmente. Ele chegou a dar entrada na UPA do Benedito Bentes no dia 12 de julho com queimaduras provocadas por líquido inflamável. À polícia, afirmou que se queimou acidentalmente.

“Ele teve a ideia de criar toda essa fantasia, de que criminosos tinham ateado fogo nele, mas desde o início nós desconfiamos que não era verdade”, disse o delegado João Marcello, que também acompanha o caso.

O motorista será indiciado por estelionato, comunicação falsa de crime e falsidade ideológica. A apólice do seguro envolvida na tentativa de golpe é avaliada em R$ 50 mil.

Quem doou qualquer quantia ao motorista pode procurar a Polícia Civil para formalizar queixa e dar início às providências legais cabíveis.