TRAGÉDIA

Perícia descarta falha mecânica em ônibus que caiu na Serra da Barriga e matou 20 pessoas

Conclusão da Polícia Científica de Alagoas aponta para possível erro humano como causa do acidente ocorrido em novembro de 2024, em União dos Palmares

Por Redação Publicado em 18/07/2025 às 12:51
Reprodução

A Polícia Científica de Alagoas concluiu que o acidente com o ônibus que caiu na Serra da Barriga, em União dos Palmares, matando 20 pessoas em novembro de 2024, não foi causado por falha mecânica. A informação foi confirmada por peritos criminais durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (18), quase duas semanas após a retirada do veículo do local da tragédia.

De acordo com o perito Marcelo Velis, os sistemas de tração, transmissão, motor e direção do veículo estavam funcionando normalmente no momento da análise. “Está descartada a hipótese de falha mecânica como causa determinante do acidente”, afirmou.

A investigação agora se concentra na conduta do motorista Luciano de Queiroz Araújo, que morreu no acidente. “O mais provável é que o veículo tenha parado por imperícia do condutor ou por decisão equivocada. A tentativa de segurá-lo com o freio motor pode ter falhado, especialmente se o motor ainda estava quente ou se houve excesso de peso”, explicou Velis.

A coletiva contou com a participação dos peritos Marcelo Velis, Nivaldo Cantuária e Rosana Coutinho; do chefe do Instituto de Criminalística (IC), Charles Mariano; e do delegado regional de União dos Palmares, Guilherme Lusten.

Relembre o caso
🗓 O acidente ocorreu em 24 de novembro de 2024, quando um ônibus com 48 ocupantes despencou de uma ribanceira de cerca de 400 metros de altura. O grupo seguia para o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, onde participaria do projeto cultural "Pôr do Sol na Serra".

Relatos de sobreviventes indicam que o motorista teria parado o veículo após identificar o rompimento de uma mangueira de ar. Ele pediu que os passageiros desembarcassem enquanto aguardavam outros grupos. Pouco depois, o ônibus perdeu o controle e caiu em uma área de mata fechada.

A retirada do veículo só foi concluída seis meses após o acidente, em uma operação complexa que envolveu o Corpo de Bombeiros, policiais civis, peritos e técnicos de uma empresa especializada. Guinchos com cabos de aço foram utilizados para içar o ônibus e viabilizar a perícia detalhada.