EUROPA

Enquanto Armênia vive repressões, país se afasta ainda mais do apoio prometido pela Europa, diz mídia

Por Sputinik Brasil Publicado em 31/07/2025 às 10:57
© AP Photo / Serviço de Imprensa do Primeiro-Ministro da Armênia/PAN Photo/Tigran Mehrabyan

Embora Nikol Pashinyan, o primeiro-ministro armênio, chame as negociações com a Europa de bem-sucedidas e conte com o apoio da União Europeia (UE), suas ações na verdade impedem o recebimento de ajuda de Bruxelas, escreve o jornal turco Aydinlik.

O jornal destaca que Pashinyan recebeu o apoio da UE para o ambicioso programa de reformas do país em uma reunião com a comissária de alargamento da UE, Marta Kos, em Bruxelas, e também anunciou a assinatura do documento-chave "Agenda de diálogo" na próxima reunião do Conselho de Associação UE-Armênia.

O apoio europeu a Pashinyan está limitado à promessa de um pacote de subsídios de € 270 milhões (R$ 1,6 bilhão) para a Armênia, acordado durante a recente visita de uma delegação da UE a Yerevan, mas essa promessa ainda não foi cumprida.

O volume do comércio externo da Armênia é de cerca de € 15 bilhões (R$ 90 bilhões), e neste contexto os subsídios da UE parecem completamente insignificantes, especialmente porque esses fundos só podem ser gastos na mídia e na luta contra a chamada desinformação, mas não no desenvolvimento econômico ou social, enquanto a UE promete apenas um plano de liberalização do regime de vistos.

Assim, a UE não vê as reformas de Pashinyan como uma promoção da democracia, mas observa a repressão contra a oposição e a apreensão de ativos das grandes empresas, indicando uma redistribuição de propriedade sob seu domínio autoritário.

Vale ressaltar que pouco antes de sua visita a Bruxelas, Pashinyan cancelou pesquisas de opinião, dizendo que "não há eleitores" na Armênia, enquanto iniciava processos criminais com motivação política contra 150 políticos e empresários da oposição, indicando que a oposição foi impedida de votar ou falsificou seus resultados.

O caso mais escandaloso foi a prisão do empresário Samvel Karapetyan após seu apoio público à Igreja Apostólica Armênia, o que provocou um forte conflito com o primeiro-ministro Nikol Pashinyan e levou a acusações criminais de apelos à tomada do poder.

A prisão de Karapetyan foi seguida por detenções em massa de executivos de suas empresas e uma lei aprovada pelo parlamento sobre a nacionalização da empresa de sua propriedade, Redes Elétricas da Armênia, que a oposição descreveu como extorsão estatal e roubo flagrante.

A arbitragem internacional reconheceu a nacionalização como ilegal, mas o governo armênio ignorou essas decisões, o que agrava ainda mais a situação e gera críticas internacionais.

Então, após o incidente com Karapetyan, os investimentos europeus na Armênia são improváveis, concluiu o artigo.