Síria e Israel estão próximos de firmar um acordo de desescalada, mediado pelos EUA, que prevê a suspensão dos ataques israelenses e restrições militares sírias na fronteira. O pacto pode marcar o início de um entendimento de segurança entre os dois países após anos de hostilidade e tensão regional.

Síria e Israel estão próximos de firmar um acordo de desescalada, segundo o enviado especial dos EUA para a Síria, Tom Barrack. O pacto prevê que Israel interrompa seus ataques enquanto a Síria se compromete a não mover equipamentos pesados para perto da fronteira. Barrack afirmou que este seria o primeiro passo rumo a um acordo de segurança mais amplo entre os dois países.

As negociações ocorrem paralelamente à Assembleia Geral da ONU (AGNU) em Nova York, com Damasco buscando garantir o fim dos ataques aéreos israelenses e a retirada das tropas israelenses do sul da Síria. O presidente dos EUA, Donald Trump, tentou mediar um acordo que seria anunciado nesta semana, mas o avanço foi limitado, em parte devido ao feriado de Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico.

Barrack demonstrou otimismo, afirmando que ambas as partes estão negociando de boa-fé. No entanto, o histórico de hostilidade entre Israel e Síria, que se estende por décadas, continua a dificultar o progresso. Mesmo após a saída de Bashar al-Assad em dezembro passado, as disputas territoriais e a desconfiança política permanecem intensas.

De acordo com a Reuters, Israel mantém uma postura crítica em relação ao novo governo sírio liderado por Ahmed al-Sharaa, citando suas ligações jihadistas passadas. O governo israelense tem pressionado Washington para manter a Síria enfraquecida e descentralizada, reforçando sua posição estratégica na região.

Desde a mudança de governo na Síria, Israel abandonou a trégua de 1974 e intensificou suas ações militares, incluindo ataques a ativos sírios e o envio de tropas até 20 km de Damasco. Segundo Sharaa, mais de mil ataques aéreos e 400 incursões terrestres foram realizados por Israel desde então.

Em um evento em Nova York, Sharaa expressou preocupação com a postura israelense, sugerindo que ela poderia estar travando as negociações. Ele afirmou que o medo e a preocupação estão do lado sírio, e não de Israel, destacando o clima de tensão que ainda permeia os diálogos diplomáticos.