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Presidente da Colômbia reivindica mudança da sede da ONU após revogação de seu visto pelos EUA

Publicado em 27/09/2025 às 18:15
© AP Photo / Pamela Smith

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ponderou neste sábado em suas redes sociais que a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) seja concentrada em Nova York, nos EUA, após o governo do presidente estadunidense, Donald Trump, anunciar que revogará seu visto.

“A sede das Nações Unidas não pode continuar em Nova York”, destacando que a decisão dos Estados Unidos viola as normas de imunidade que garantem a proteção dos diplomatas e o funcionamento das instituições internacionais, como a ONU.

O governo dos EUA informou ontem (26) que vai revogar o visto de Petro, após o político ter participado de uma manifestação pró-Palestina em Nova York. Na ocasião, ele pediu que os soldados norte-americanos desobedecessem às ordens do presidente Donald Trump.

"Eu não tenho mais visto para viajar para os Estados Unidos. Não me importo. Não preciso de um visto, porque não sou apenas um cidadão colombiano, mas um cidadão europeu, e realmente me considero uma pessoa livre no mundo", disse Petro nas redes sociais. “Revogá-lo por denunciar genocídio mostra que os EUA não respeitam mais o direito internacional”, acrescentou.

O presidente da Colômbia cortou relações diplomáticas com Israel em 2024 e proibiu exportações colombianas de carvão para o país.

Além disso, o presidente colombiano informou que o fato das autoridades palestinas não terem sido autorizadas a entrar nos Estados Unidos, bem como o revogamento de vistos relacionado ao pedido de que os Exércitos dos EUA e de Israel não apoiassem um genocídio em Gaza, mostra que o governo dos Estados Unidos não está mais cumprindo as normas do direito internacional.

Segundo Petro, esta situação reforça a ideia de que a posição dos Estados Unidos contraria os princípios e as resoluções internacionais estabelecidas pela ONU.

Com esse gesto, Petro reforçou sua crítica à influência dos EUA na política internacional e à sua postura unilateral em relação à Palestina e outras questões de interesse global.

As investigações entre Colômbia e EUA surgiram logo depois da posse de Trump, no início do ano, quando a Petro bloqueou voos de deportação dos EUA, provocando ameaças de tarifas e avaliações por parte de Trump.

Em julho, ambos os países chamaram seus embaixadores de volta após o Petro acusar funcionários dos EUA de planejarem um golpe, o que Washington chamou de infundado.


Por Sputinik Brasil