INVESTIGAÇÃO

Aially Soares Tavares Pinto Xavier, esposa de Gustavo Xavier, é suspeita de envolvimento em esquema que teria beneficiado candidatos no Concurso Nacional Unificado; PF fala em “indícios fortes” de manipulação

Aially Soares Tavares Pinto Xavier, esposa de Gustavo Xavier, é suspeita de envolvimento em esquema que teria beneficiado candidatos no Concurso Nacional Unificado; PF fala em “indícios fortes” de manipulação

Por Redação Publicado em 07/10/2025 às 08:24
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A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Aially Soares Tavares Pinto Xavier, esposa do delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas (PCAL), Gustavo Xavier, durante a operação Última Fase, que apura um esquema nacional de fraudes em concursos públicos, incluindo o Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024. A informação foi divulgada nesta terça-feira (7) pelo portal Metrópoles.

Segundo a PF, Aially é suspeita de ter sido beneficiada pelo grupo criminoso ao prestar o CNU para o cargo de auditor fiscal do trabalho. A investigação apontou que o gabarito dela é idêntico ao de outros participantes ligados ao esquema. Para os investigadores, há “indícios fortes” de atuação de uma organização altamente estruturada que favorecia candidatos mediante pagamento.

As análises da Polícia Federal identificaram que, mesmo com diferentes cadernos e ordens de questões, alguns concorrentes apresentaram respostas idênticas e até os mesmos erros, reforçando a suspeita de manipulação dos resultados.

A operação, deflagrada na última quinta-feira (2), cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e resultou em três prisões preventivas nos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Além do CNU, o inquérito investiga possíveis fraudes em concursos da Polícia Civil de Alagoas, Polícia Civil de Pernambuco, Universidade Federal da Paraíba, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

Durante a busca na casa do casal, nenhum material que comprovasse a participação direta de Aially foi encontrado, segundo a própria PF. Ainda assim, o nome dela foi incluído no pedido de mandado após a Fundação Cesgranrio, organizadora do CNU, confirmar a coincidência total do gabarito com o de outros investigados.

Em nota ao Metrópoles, a defesa de Aially afirmou que “não há prova ou materialidade nas supostas irregularidades” e considerou “natural” a semelhança de respostas em um concurso de grande porte. A defesa também questionou o fato de o mandado ter sido expedido por um delegado da Paraíba, apesar de Aially residir em Alagoas.

O delegado-geral Gustavo Xavier foi procurado pela imprensa, mas não se pronunciou sobre o caso até o momento.