GUERRA

Unicamp rompe relações com Instituto de Tecnologia de Israel‎ em protesto contra 'genocídio' em Gaza

Publicado em 30/09/2025 às 18:49
© AP Photo / Jehad Alshrafi

O reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner, anunciou nesta terça-feira (30), rescisão unilateral e imediata do acordo de cooperação com o Instituto de Tecnologia de Israel‎ (Technion), por considerar "inaceitável" a "escalada das ações do atual governo israelense contra o povo palestino na Faixa de Gaza".

O anúncio foi feito durante a sessão do Conselho Universitário da instituição e a universidade israelense já foi informada sobre o cancelamento:

"A Unicamp já se posicionou contra essa situação em duas oportunidades e reafirma o seu posicionamento contrário ao genocídio da população palestina, que fere todos os princípios e valores de nossa universidade", disse ele no despacho.

De acordo com o documento a Universidade vinha "acompanhando com preocupação a escalada das ações do governo israelense contra o povo palestino" e que a "situação se deteriorou de tal forma que as violações aos direitos humanos e à dignidade da população palestina se transformaram em uma constante inaceitável".

Assinado em setembro de 2023, o convênio incluía projetos de pesquisa em comum, intercâmbio de docentes, pesquisadores e estudantes de pós-graduação e graduação.

De acordo com o reitor, a decisão de rompimento reforça um posicionamento do governo brasileiro – que condena as ações israelenses na região – e de várias instituições de ensino superior do mundo que também se mostraram contrárias ao conflito.

Durante todo o dia, estudantes acamparam nas imediações da Reitoria à espera da votação de uma moção que pedia o fim do acordo de colaboração com o Instituto Israelense. A moção não chegou a ser votada por conta do anúncio de rompimento feito pelo reitor.

Plano de paz de Trump

O rompimento do acordo foi feito um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, divulgar um plano de 20 pontos para resolver a tragédia em Gaza. A proposta prevê cessar-fogo imediato, condicionado à liberação dos reféns dentro de 72 horas.

O plano também estipula que o movimento palestino Hamas e outros grupos devem concordar em não participar da administração de Gaza, nem direta nem indiretamente.

O controle de Gaza deve passar para autoridades externas sob a supervisão de um órgão internacional liderado pelo próprio Trump.


Por Sputinik Brasil