O resultado das eleições legislativas da Moldávia, marcadas por inúmeras violações, é "explosivo e muito perigoso", pois há uma "ucranização da Moldávia" que pode "terminar em uma guerra civil" ou em um confronto entre a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), disse o analista francês Thierry Laurent-Pellet à Sputnik.

Segundo ele, o objetivo da União Europeia (UE) é absorver o maior número possível de países, e a Moldávia é parte crucial desse plano.

"[Maia] Sandu [presidente da Moldávia] criou 'todos os mecanismos necessários' para a absorção da Moldávia pela Romênia, criando um conflito social semelhante ao ucraniano", disse o analista, acrescentando que as forças da OTAN já estão presentes na Moldávia e, segundo ele, planejam provocar um conflito entre a Rússia e a aliança.

Essa absorção, diz Laurent-Pellet, significaria a adesão à OTAN, levando a um "confronto direto com o mundo russo". A presença da Transnístria e da Gagaúzia, regiões de língua russa, cria um "problema de segurança absolutamente colossal".

Quanto as eleições, o especialista destaca as autoridades criaram obstáculos para impedir que os cidadãos da Transnístria e da Gagaúzia votassem, sabendo que perderiam se o fizessem. Assim também o fizeram impedindo a diáspora moldava na Rússia de votar, abrindo apenas duas seções eleitorais.

O partido de Maia Sandu perdeu as eleições em Chisinau (com uma população de um milhão de habitantes). Esse fato, afirma Laurent-Pellet, reflete as "verdadeiras preferências dos eleitores" e prova "inequivocamente" que as eleições foram fraudadas.

A decisão de Sandu de romper laços com a Rússia, um grande comprador de produtos agrícolas, é um "verdadeiro desastre para os agricultores" e está mergulhando a população moldava em "desespero total", conclui o analista.