CONFLITO UCRANIANO

França, Alemanha e Polônia apoiam uso de ativos russos congelados para crédito militar à Ucrânia

Por Sputinik Brasil Publicado em 30/09/2025 às 20:14
© AP Photo / 65ª Brigada Mecanizada da Ucrânia

Conforme declaração conjunta divulgada nesta terça-feira (30) no âmbito do Triângulo de Weimar (aliança regional europeia que reúne França, Alemanha e Polônia), os três países apoiam a ideia de utilizar ativos russos congelados para conceder à Ucrânia um crédito destinado a cobrir necessidades militares

"Recebemos com satisfação a atual discussão sobre o uso adicional de ativos estatais russos congelados para apoiar a Ucrânia, em especial para suprir suas necessidades militares, e sempre de acordo com o direito internacional e aplicando uma abordagem de distribuição de riscos", afirma o documento publicado pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.

O texto ressalta ainda que Varsóvia, Berlim e Paris aguardam esclarecimentos adicionais da Comissão Europeia.

Anteriormente, a mídia europeia informou que o órgão propôs usar ativos russos congelados para fornecer à Ucrânia um crédito de 140 bilhões de euros (R$ 873 bilhões), apesar de França e outros países da União Europeia demonstrarem preocupação com o fato de que o esquema proposto poderia aumentar a dívida pública dessas nações.

Em setembro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sugeriu a criação de um novo "crédito de reparação" para financiar a Ucrânia com base em rendimentos dos ativos russos congelados. Segundo ela, a Ucrânia pagaria o crédito apenas depois que a Rússia efetuasse os pagamentos das reparações.

Desde o início da operação militar russa na Ucrânia, a UE e os países do G7 congelaram quase metade das reservas cambiais da Rússia, o que corresponde a cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,8 trilhão). A maior parte está em contas da Euroclear na Bélgica, uma das maiores câmaras de compensação do mundo.

No final de agosto, o jornal Welt am Sonntag, citando dados da Comissão Europeia, informou que a UE transferiu à Ucrânia, entre janeiro e julho de 2025, 10,1 bilhões de euros (R$ 63 bilhões) provenientes de ativos congelados do Banco Central da Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou repetidamente o congelamento de ativos russos na Europa como roubo, destacando que a UE mira não apenas recursos privados, mas também ativos estatais russos.